[...] Uma multidão encalmada ondeia pelos arruamentos, move-se, grita, empurra-se. Compram-se cravos, vasos de manjericos, ramos de flores campestres. Estrugem aos ouvidos os rouxinóis de barro e naquele inferno de milhares de vozes de sons dispersos ouvem-se vagamente os sons das guitarras desafinadas que animam os bailaricos dos padeiros e das varinas, sob os candereiros de gás, ao sopé da estátua do dador.
Um estrangeiro que nos visite nesta noite terá uma impressão de um desagrado extremo.
A multidão é grosseira, cheia de ditos chulos, os cantares avinhados, as mulheres pouco limpas e desgraciosas. [...]
A Paródia, Junho de 1903
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