segunda-feira, 16 de março de 2015

Baselworld 2015 - a guerra pelo espaço continua... e a Louis Vuitton está pela primeira vez presente


Como em qualquer guerra, o espaço é vital. Na indústria relojoeira, todos os anos se desenrolam batalhas nesse palco global que é a Baselworld, o maior certame do mundo do seu género. Batalha histórica ocorreu em 2013, quando a Feira de Basileia abriu completamente remodelada - os grandes grupos, os grandes independentes, fizeram valer a sua força, impondo-se nos melhores espaços com stands renovados e investimentos de muitos milhões.

Vencedores dessa primeira grande batalha por uma Baselworld renovada foram o Swatch Group e o LVMH, com as suas marcas a conseguirem expandir-se e ganhar notoriedade no palco principal do evento - o piso térreo do Hall 1.

No ano passado, alguns rearranjos foram feitos, ao sabor de aquisições de novas marcas. Mas, este ano, as andanças voltaram a ser importantes. Desde logo, a Louis Vuitton, que nunca tinha mantido presença na Baselworld (justificando isso com o facto de não vender a retalhistas, já que os seus relógios só estão disponíveis na rede de boutiques própria da marca), e que nos últimos anos se tinha instalado na periferia do evento, está agora no Hall 1, juntamente com as outras marcas do grupo LVMH (Hublot, TAG Heuer, Bvlgari e Zenith - a excepção é a Dior, que permanece no primeiro piso do Hall 1, onde continua a imperar uma grande independente, a Hermès).


Depois, a Harry Winston, que agora faz parte do Swatch Group, desce do primeiro andar para o rés-do-chão, passando a fazer companhia ao batalhão que domina o coração do espaço - com Breguet, Blancpain, Jaquet Droz, Glashütte Original, Omega, Longines, Tissot, Hamilton, Certina, Rado, Mido, Balmain e Calvin Klein.


A Ulysse Nardin, que dispunha de um stand imponente à entrada desse piso térreo, passou agora para os fundos - sinal dos tempos - foi adquirida pelo grupo Kering e passa a fazer companhia às outras marcas irmãs - Gucci, Girard-Perregaux, JeanRichard...


A Corum, que também tinha um stand proeminente logo ao início do piso zero do Hall 1, e que foi adquirida por chineses, passou também para os fundos.

Os quatro grandes independentes - Rolex (com Tudor), Patek Philippe, Chopard e Breitling mantêm os seus espaços - sinal da força que continuam a ter para se impor nesta guerra sem quartel e onde os egos dos Presidentes e CEO's das marcas chocam violentamente...

Depois, há a independente Chanel, com a Bell & Ross, numa aliança "francesa" onde a primeira tem uma participação de capital na segunda. As independentes de médio porte Oris, Raymond Weil e Carl Bucherer conseguiram resistir ao vendaval e mantêm-se no piso 0 do Hall 1. Mas... por quanto tempo, dirão muitos observadores...

Finalmente, o norte-americano grupo Movado, desde o ano passado que achou a solução para as suas marcas e para as que produz relógios sob licença - está no piso térreo do Hall 1, mas num espaço separado pela praça central, onde pontifica o já célebre buraco para o céu do projecto dos arquitectos Herzog & De Meuron, de Zurique.


Como diria Orwell, todas as marcas são iguais, mas umas são mais iguais que outras...

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