quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Ainda a Exposição As Máquinas do Tempo, em Ponta Delgada, com relógios de parede e de banca


Ainda sobre a exposição As Máquinas do Tempo, de que já falámos aqui.

Recebemos hoje imagens da exposição, que decorre até domingo, 1 de Fevereiro, no Núcleo de Arte Sacra do Museu Carlos Machado, Igreja do Colégio, em Ponta Delgada.

Explica-nos Henrique Álvares Cabral, Coordenador da mostra “As Máquinas do Tempo”:

Em relação ao acervo de relojoaria, o Museu Carlos Machado possui um espólio muito diversificado de colecções, entre as quais um acervo de Artes Decorativas. Neste, integram-se uma série de relógios de parede, de banca e de bolso, que resultaram de doações e algumas aquisições a meados do século XX. Nenhum destes objetos, no entanto, resultou do propósito da criar uma coleção de relojoaria que correspondesse a uma determinada tipologia, ou espelhasse o desenvolvimento tecnológico deste tipo de máquinas.

Sobre a mostra “As Máquinas do Tempo”, adicionamos a uma seleção de relógios de parede e de banca desse acervo, um relógio de sol da coleção de Etnografia Regional e uma secção de um tronco de árvore, da coleção de História Natural, isto porque a mostra pretende ser menos uma exibição de objetos mas antes o veículo transmissor de uma questão inquietante: de que tempo é esse que registamos quando vivemos a vida. O próprio título, que apela à ficção científica e às viagens ao passado e ao presente, pretende desde logo fazer da sala expositiva uma cápsula isolada no tempo e no espaço, onde não existem horas e minutos, apenas a alusão a estes, e onde o viajante / visitante tem a total liberdade de reconhecer o seu passado e fazer escolhas sobre o seu futuro.

Daí que as citações de parede confiram o mote que une a mostra em torno dessa mensagem, sendo que, com os relógios parados (contendo mecanismos de corda, a nenhum se deu a possibilidade de estar a funcionar durante a duração deste evento) e as frases sobre o tempo e a sua passagem, forçamos o visitante a questionar se é através do mostrador do relógio ou do mostrador da mente que mede o seu próprio tempo. Aliás, no acesso à sala onde está instalada “As Máquinas do Tempo”, citamos Virginia Woolf, com a frase, da sua obra Orlando: “Esta extraordinária discrepância entre o tempo do relógio e o tempo mental não é tão conhecida como deveria sê-lo, e merece uma indagação mais completa”.








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