quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Relógios & Canetas Setembro - Editorial - Os diamantes não são para sempre


Já está disponível, aqui e aqui, a edição de Setembro do Relógios & Canetas. O Editorial.

Os diamantes não são para sempre…

Fernando Correia de Oliveira

Um fantasma assombra a indústria de joalharia - a questão dos diamantes sintéticos. E não é por ninguém querer falar do problema que ele deixa de existir… Emie Blom, Presidente da World Federation of Diamond Bourses (WFDB), dizia numa entrevista recente: “Não estou preocupado, mas bastante consciente do papel dos diamantes sintéticos”, disse. “A WFDB tem liderado o processo na criação de numerosos protocolos para lidar com a questão: uma cartilha de comportamento, uma declaração comum de documentação e a proclamada intenção de agir contra todo aquele que venda diamantes sintéticos sem o declarar como tal”.

A Federação Mundial das Bolsas de Diamantes gostaria também que os laboratórios de análise e graduação de diamantes em todo o mundo tomassem uma posição comum quanto às pedras sintéticas. “Nós, enquanto WFDB, não somos contra as pedras sintéticas e a sua graduação – antes pelo contrário, até encorajamos o processo”, diz Emie Blom. “No entanto, é vital que os laboratórios diferenciem entre diamantes sintéticos e naturais, de forma muito clara, ou seja, através da cor de certificação”.

Por outro lado, há também o problema de nomenclatura. Os produtores de pedras sintéticas não querem usar essa palavra – “sintético”, mas os consumidores precisam de ter uma descrição clara, que não os confunda.

Esconder o problema “debaixo do tapete” seria um erro. É preciso encará-lo de frente. Distinguir um diamante natural de um sintético é praticamente impossível sem maquinaria ultra-sofisticada. A confiança do consumidor é essencial e, uma vez abalada, para sempre abalada. É que, afinal, os diamantes não são para sempre…

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