Pierrot bêbado
Nas ruas da feira,
Da feira deserta,
Só a lua cheia
Branqueia e clareia
As ruas da feira
Na noite entreaberta.
Só a lua alva
Branqueia e clareia
A paisagem calva
De abandono e alva
Alegria alheia.
Bêbeda branqueia
Como pela areia
Nas ruas da feira,
Da feira deserta,
Na noite já cheia
De sombra entreaberta.
A lua branqueia
Nas ruas da feira
Deserta e incerta...
Fernando Pessoa
ResponderEliminarMagia lunar
Quando vejo a lua-cheia
durante a noite a brilhar
por cima da minha aldeia,
só me dá… para cismar.
Existe oculta magia
na sua cara… estanhada,
que me fascina, extasia,
com sua luz… prateada.
No meu sentir ou critério,
o seu rosto impenetrável
respira um certo mistério.
Seja qual for a razão,
seu vago aspecto insondável
me causa… perturbação!
João de Castro Nunes