Na solidão do cárcere
Quando na rósea nuvem sobe o dia
De risos esmaltando a natureza,
Bem que me aclare as sombras da tristeza
Um tempo sem saber me principia.
Quando por entre os véus da noite fria
A máquina celeste observo acesa,
Da angústia, de terror a imagens presa
Começa a devorar-me a fantasia.
Por mais ardentes preces, que lhe faço,
Meus ais não ouve o nume sonolento,
Nem prende a minha dor com ténue laço.
No inferno se me troca o pensamento.
Céus! Por que hei de existir, por que, se passo
Dias de enjoo, e noites de tormento?
Manuel Maria Barbosa du Bocage
ResponderEliminarTodos nós presos estamos
na cadeia da existência
sujeitos à contingência
dos tormentos que passamos!
JCN
Altero o último verso para:
ResponderEliminarde cada passo que damos!
JCN