Temo que a minha ausência e desventura
Vão na tua alma, docemente acesa,
Apoucando os excessos da firmeza,
Rebatendo os assaltos da ternura:
Temo que a tua singular candura
Leve o Tempo fuga nas asas presa,
Que é quase sempre o vício da beleza
Gênio mudável, condição perjura:
Temo; e se o fado mau, fado inimigo,
Confirmar impiamente este receio,
Espectro perseguidor, que estás comigo,
Com rosto, alguma vez de mágoa cheio,
Recorda-te de mim, dize contigo:
"Era fiel, amava-me, e deixei-o".
Manuel Maria Barbosa du Bocage
O tempo nada respeita,
ResponderEliminartudo leva por diante:
a todos nós nos espreita
em cada sítio ou instante!
JCN
ResponderEliminarÀs vezes nada adianta
ser-se leal ou fiel
quando o ser que nos encanta
não respeita o seu papel!
JCN