sexta-feira, 25 de abril de 2014

Meditações - 25 de Abril, substância do tempo

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo

Sophia de Mello Breyner Andresen (1919 - 2004), poetisa portuguesa

3 comentários:

  1. Aquela clara e leda madrugada
    degenerou depressa em noite escura,
    não se antevendo nesta conjuntura
    maneira de pôr termo à derrocada!

    JCN
    m

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  2. Aquela clara e fresca madrugada
    com cravos colocados nos fuzis
    presentemente já pouco nos diz
    por em verdade não ter dado em nada!

    JCN

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  3. Pois é, não nos deu nada...

    Já o "outro" dava-nos imenso, tendo em conta que metade das casas em Portugal nem esgotos tinham...

    Aquela longa e pesada noite
    com polícias a respirarem aos telefones,
    criou mitos, ameaças, classes e medos,
    uns grupos corporativos,
    e, quem diria, hoje ainda,
    subsistem os ditos,
    mas agora
    (é uma pena)
    sabemos o que fazem,
    não há "telefones", nem "noites", nem "silêncios"

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