Horas breves do meu contentamento
Nunca me pareceu, quando vos tinha,
Que vos visse mudadas tão asinha
Em tão compridos anos de tormento.
Os meus castelos, que fundei no vento,
O vento mos levou, que mos sostinha,
Do mal, que me ficou, a culpa é minha,
Pois sobre cousas vãs fiz fundamento.
Amor com falsas mostras aparece,
Tudo possível faz, tudo assegura,
E logo no melhor desaparece.
Oh dano grande, oh grande desventura!,
Que, por pequeno bem, que em fim falece,
Se aventura um bem que sempre dura!
Infante D. Luís (filho de D. Manuel I)
Ao meu jeito:
ResponderEliminar“Horas breves do meu contentamento”
Os momentos de prazer
que nos concede a existência
passam depressa, a correr,
mais não sendo que aparência.
Não vale a pena querer
oferecer resistência
pois assim terá de ser
por obra da providência.
O mal em contrapartida
como rocha em terra dura
tem por norma longa vida.
Tudo aliás se conjura
para apressar a corrida
da passageira… ventura!
João de Castro Nunes
ResponderEliminarTudo na vida é mudança, tudo,
tudo é mudança na vida:
há que dar, à confiança,
esta lição por sabida!
JCN