Juvenility Começa na velhice a juventude,aquela nossa experiente idadeem que restando um pouco de saúdemelhor se afirma a nossa identidade.É quando a nossa sensibilidadese encontra desde logo em plenitude e temos a impressão que nos invadeuma atracção maior para a virtude! Tem suas excelências a velhicedifíceis de expressar graficamentecomo se fosse a volta à meninice.A criatividade aumenta em nóse de ambições liberta a nossa mentedá-nos prazer a condição de avós! João de Castro Nunes.
* “Morning hymn” Traga cada manhã nova esperança, novo rumo de vida, novo alento, para assumindo uma alma de criança voltarmos a viver esse momento! Traga a alvorada em cada novo dia a sensação de estar-se a renascer em plena e comprovada sintonia com nossa forma pessoal de ser! A velhice deixando para trás com sua habitual decrepitude, em cada aurora volte a juventude! A claridade opondo à noite escura, entoar possa cada criatura um hino à vida todas as manhãs! João de Castro Nunes
Feliz envelhecer Apesar dos achaques inerentesaos anos de uma vida prolongada,ainda hoje passo dias, entrementes,sem, desde logo, me queixar de nada!Ainda aguardo o sol cada manhãe vejo à noite o brilho das estrelascom mente lúcida, inspirada e sã,isenta de vesânicas… mazelas.Componho noite adentro os meus poemas,horas a fio, trabalhando o versocomo se acaso lapidasse gemas.A velhice assumindo de bom-grado,com meus extintos ídolos converso,feliz de um grande amor ter encontrado! João de Castro Nunes
* “Eso es todo” Pablo Neruda Estou num desses dias em que gosto de redigir poemas dominados pela tristeza que me vai no rosto e me rodeia por diversos lados. São dias em que o espinho da saudade me fere com mais força o coração, alturas em que perco a faculdade de reagir e me elevar do chão. São dias de Neruda e Pascoaes quando o amor à porta lhes bateu sob a forma de arcanjos terreais. São dias meus, em que recordo aquela que em minha juventude Deus me deu, mas na velhice me deixou sem ela! João de Castro Nunes
* Nonagenário Enquanto no coração um pingo de amor houver, é caso para se não começar a envelhecer. A velhice só começa ao deixa de se estar vivo: pois antes que isso aconteça, para se amar há motivo. Por muito amar hoje ainda essa mocinha tão linda que o coração me acalenta, é que talvez eu mantenha, no coração pondo lenha, este meu ar… aos noventa! João de Castro Nunes
ResponderEliminarJuvenility
Começa na velhice a juventude,
aquela nossa experiente idade
em que restando um pouco de saúde
melhor se afirma a nossa identidade.
É quando a nossa sensibilidade
se encontra desde logo em plenitude
e temos a impressão que nos invade
uma atracção maior para a virtude!
Tem suas excelências a velhice
difíceis de expressar graficamente
como se fosse a volta à meninice.
A criatividade aumenta em nós
e de ambições liberta a nossa mente
dá-nos prazer a condição de avós!
João de Castro Nunes
.
*
ResponderEliminar“Morning hymn”
Traga cada manhã nova esperança,
novo rumo de vida, novo alento,
para assumindo uma alma de criança
voltarmos a viver esse momento!
Traga a alvorada em cada novo dia
a sensação de estar-se a renascer
em plena e comprovada sintonia
com nossa forma pessoal de ser!
A velhice deixando para trás
com sua habitual decrepitude,
em cada aurora volte a juventude!
A claridade opondo à noite escura,
entoar possa cada criatura
um hino à vida todas as manhãs!
João de Castro Nunes
Feliz envelhecer
Apesar dos achaques inerentes
aos anos de uma vida prolongada,
ainda hoje passo dias, entrementes,
sem, desde logo, me queixar de nada!
Ainda aguardo o sol cada manhã
e vejo à noite o brilho das estrelas
com mente lúcida, inspirada e sã,
isenta de vesânicas… mazelas.
Componho noite adentro os meus poemas,
horas a fio, trabalhando o verso
como se acaso lapidasse gemas.
A velhice assumindo de bom-grado,
com meus extintos ídolos converso,
feliz de um grande amor ter encontrado!
João de Castro Nunes
*
ResponderEliminar“Eso es todo”
Pablo Neruda
Estou num desses dias em que gosto
de redigir poemas dominados
pela tristeza que me vai no rosto
e me rodeia por diversos lados.
São dias em que o espinho da saudade
me fere com mais força o coração,
alturas em que perco a faculdade
de reagir e me elevar do chão.
São dias de Neruda e Pascoaes
quando o amor à porta lhes bateu
sob a forma de arcanjos terreais.
São dias meus, em que recordo aquela
que em minha juventude Deus me deu,
mas na velhice me deixou sem ela!
João de Castro Nunes
*
ResponderEliminarNonagenário
Enquanto no coração
um pingo de amor houver,
é caso para se não
começar a envelhecer.
A velhice só começa
ao deixa de se estar vivo:
pois antes que isso aconteça,
para se amar há motivo.
Por muito amar hoje ainda
essa mocinha tão linda
que o coração me acalenta,
é que talvez eu mantenha,
no coração pondo lenha,
este meu ar… aos noventa!
João de Castro Nunes