terça-feira, 26 de novembro de 2013

Meditações - badaladas artificiais

Fim de tarde numa pequena aldeia transmontana. Da capela, ouvem-se as horas. Uma cadeia de sons que me pareceu algo sofisticada, com as badaladas a misturarem-se com uma sequência de música religiosa. Seria agradável, não fora a intensidade do som, que se espalha, muito agressiva, por toda a aldeia, como a lenga-lenga de um "muezzin" muçulmano. Olhei para a torre da igreja. O único sino estava quieto, mas a sonoridade continuava forte, vinda de um altifalante que, pelos vistos, reproduzia uma gravação.

Que diabo! Já nem a genuinidade dos sinos de uma simples capela de aldeia escapa, neste país de faz-de-conta...

Francisco Seixas da Costa, no blog "duas ou três coisas"

3 comentários:


  1. Neste país em geral
    tudo vai sendo propício
    a viver-se de artifício,
    nada sendo natural!

    JCN

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  2. No Portugal que hoje temos
    tudo pode acontecer,
    pois até desconhecemos
    aquém pertence o poder!

    JCN

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  3. Corrijo o último verso para:

    a quem pertence o poder!

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