quinta-feira, 5 de setembro de 2013
Relógios & Canetas online, Setembro - editorial - os números do COSC
Editorial do Relógios & Canetas online de Setembro. Se quiser ver a edição completa vá aqui ou aqui.
Os números do COSC
O parâmetro de qualidade mais respeitado em termos de exactidão relojoeira é o chamado certificado COSC, acrónimo de Contrôle Officiel Suisse des Chronomètres. Trata-se de um organismos independente, sem fins lucrativos, e que serve a indústria, atestando o isocronismo dos relógios que, voluntariamente são apresentados para teste.
Um certificado COSC é um excelente argumento de venda, embora uma marca como a Patek Philippe dispense esse e outros critérios, como o Poinçon de Genève, por considerar que as suas normas de produção atingem níveis de qualidade muito superiores aos exigidos à indústria tanto em termos de isocrononismo como de acabamento e decoração. No ano passado, segundo números oficiais, foram submetidos 1.732.526 calibres ao teste COSC (uma década antes, em 2002, tinham sido certificados 1.271.934 calibres, revelando uma certa estabilidade). São avaliados os comportamentos tanto de calibres mecânicos como de quartzo, sendo as exigências obviamente diferentes para cada um deles. Mas ambos têm que ter ponteiro de segundos.
Quanto às regras para relógios mecânicos, que são as que mais nos interessam, elas estão contidas na norma ISSO 3159, que define um cronómetro de pulso com oscilador de espiral.
Durante 14 dias, os calibres são testados, a várias temperaturas (8º, 23º e 38º), em cinco posições – vertical, horizontal, inclinada – e submetidos a choques, não podendo ter uma variação diária superior a -4/+6 segundos. (nos relógios de quartzo, as variações diárias não podem exceder ±0.07 segundos). Para os observadores do sector, os certificados COSC são mais do que meros índices de qualidade. Eles reflectem directa ou indirectamente a produção anual de marcas que vão mantendo um segredo grande sobre tudo o que são números.
Como a Breitling é a única marca no mercado a só produzir relógios com certificados COSC, ficamos sempre a saber os seus números exactos – em 2012, a manufactura submeteu 157 mil calibres ao COSC, mais 1,9 por cento que no ano anterior (sendo 35 mil de quartzo). Ficou em terceiro lugar na lista COSC. O ranking é liderado desde há muito pela Rolex (apresentou 799 mil calibres, calcula-se que a esmagadora maioria da sua produção, mais 6,4 por cento que no ano anterior). A Omega, em segundo lugar, certificou cronometricamente 526 mil calibres, mais 3,3 por cento que em 2011.
Seguem-se a Mido (61 mil calibres, mais 24 por cento); Tissot (50 mil, mais 614 por cento, um aumento explicado pelas peças produzidas especialmente para este ano, o do seu 160º aniversário, e que são cronómetros certificados); Panerai (29 mil, menos 15 por cento); Chopard (23 mil, menos 21 por cento); Enicar (16 mil, menos 6 por cento); Titoni (15 mil, menos 29 por cento) e Invicta (10 mil, todos de quartzo, não tendo apresentado nenhum em 2011).
Por fim, uma nota – não confundir cronómetro com cronógrafo. Há cronómetros que não são cronógrafos e a maioria dos cronógrafos não têm certificado COSC. Um cronómetro é um relógio com certificado de isocronismo. Um cronógrafo é um relógio capaz de medir tempos.
Os observatórios astronómicos de Besançon, França; e Glashütte, Alemanha também emitem certificados cronométricos.
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