[...] Se um menino nascesse em um escuro cárcere, e nele crescesse, e vivesse até à idade de vinte e cinco anos, sem ver mais do que o que estava dentro daquelas paredes, e fosse homem dotado de entendimento, a primeira vez, em que saindo daquela escuridade, visse o Céu estrelado em uma noite serena, sem dúvida que não poderia este tal deixar de espantar-se de tão grande ornato, e formosura, e do número tão grande de estrelas, que veria a qualquer parte que voltasse os olhos; ao Oriente, ao Ocidente, ao Norte e ao meio dia; nem poderia deixar de perguntar: Quem pode esmaltar tão grandes Céus de tantas pedras preciosas, e de tantos, e tão resplandecentes diamantes? Quem pode criar tão grande número de tochas, e lâmpadas para alumiar o mundo? Quem pode matizar um tão dilatado, e formoso prado com tanta variedade de flores, se não algum formosíssimo, e poderosíssimo Artífice?
Frei Luís de Granada (1505-1588), in Introdução ao Símbolo da Fé, tradução portuguesa de 1780
Sem comentários:
Enviar um comentário