quinta-feira, 25 de julho de 2013
Eduardo Fortunato de Almeida (1943 - 2013)
Fomos esta manhã surpreendidos com a notícia da morte de Eduardo Fortunato de Almeida. Segundo a Lusa, o fundador da revista Casa & Jardim e pioneiro das revistas de artes decorativas e indústrias de luxo, morreu esta quarta-feira em Lisboa, aos 69 anos.
Eduardo Fortunato de Almeida nasceu a 2 de Dezembro de 1943 e estudou no Colégio Moderno, onde se tornou amigo da família Soares, relatou à Lusa o amigo de longa data e ex-assessor cultural dos presidentes da República Mário Soares e Jorge Sampaio, José Manuel dos Santos.
Fortunato de Almeida reencontrou Mário Soares em 1968, quando o ex-Presidente foi deportado para São Tomé e Príncipe, e apesar das suas funções oficiais (era ajudante de campo do Governador, tenente-coronel Silva Sebastião) não se coibiu de ajudar o amigo de infância, acrescentou José Manuel dos Santos.
Em 1966, Fortunato de Almeida fundou a revista Casa & Jardim, que dirigiu durante cerca de 30 anos, seguindo-se outras publicações especializadas, como a Internacional Horas e a Canetas, e a generalista Homem Magazine.
Conhecemos Eduardo Fortunato de Almeida na década de 90, tendo-nos cruzado então em eventos e viagens relacionados com a relojoaria e a joalharia. No início da primeira década do novo milénio passámos a colaborar durante alguns anos em títulos propriedade de Eduardo - além da Internacional Horas, da Canetas e da Homem, a Relógios de Pulso.
Todas essas publicações viriam a desaparecer, devido à falência do grupo, que tinha como principal título a Casa & Jardim e Fortunado de Almeida como seu grande dinamizador, fruto das múltiplas relações sociais que cultivava.
Será difícil encontrar fotografias de Eduardo sozinho, será difícil encontrar personalidadees da política, do económico e do social das últimas décadas que não tenham uma fotografia com ele... Isto leva-nos a perguntar o que será feito do arquivo fotográfico dos títulos que ele criou. Está ali muito do Portugal das últimas décadas do século XX e da primeira deste.
Neto do historiador Fortunato de Almeida Pereira de Andrade, Eduardo Fortunato de Almeida era uma figura única no meio social português. O último trabalho que fizemos com ele (e com Cláudia Baptista) foi, no Verão de 2004, uma entrevista a Mário Soares, pelos 80 anos do político.
Curvamo-nos perante a memória de Eduardo Fortunato de Almeida, um homem arguto nos negócios e gentil no trato.
Reserva consular
ResponderEliminarSe não fora o Dr. Mário Soares
com o seu culto pela liberdade,
éramos hoje, na actualidade,
um povo sob alheios calcanhares.
Com seus dez anos de magistratura
no patamar supremo da nação
reside outra vez nele a solução
deste pais na rua da amargura.
Fazendo parte da democracia
a clássica reserva consular
para as situações de anomalia,
impõe-se-nos de novo confiar
ao cívico procônsul a chefia
como último recurso a ponderar!
João de Castro Nunes