Morte da Luz. Na forja do Poente
um lume em agonia ainda arde.
Entra a subir da Terra abertamente
a grande pastoral do fim da tarde.
E sobe, e alastra-se. Ao luar demente,
as rãs e os sapos gemem com alarde.
Morreu a Luz. Na forja do Poente
o lume agonizante já não arde:
Desfaz-se a lua em aspersões de graça.
E em notas sempre as mesmas, sempre irmãs,
passa a Planície; interpretando a Vida.
Passa o motivo da Planície, passa...
Passa na voz dos sapos e das rãs
o tema da Planície indefinida.
António Sardinha
ResponderEliminarArranca bem o poema de Sardinha,
soberbo, harmonioso, magistral,
ara depois, já mais pela tardinha,
perder a qualidade inicial!
JCN