Improvisando sob a inspiração de António Sardinha, o António de Monforte dos tempos de estudante:
As Horas passam
As horas vão passando certamente
sem dar sequer por nós nesta existência
onde em verdade é tudo contingência,
menos talvez aquilo que se sente!
Vão-se escoando as horas, uma a uma,
a tudo o que nos toca indiferentes,
enquanto os nossos ideais latentes
se desfazendo vão como alva espuma!
Neste processo, como alguém já disse,
a vida se nos vai sem darmos conta
de estarmos já nos braços da velhice.
Impreterivelmente, por seu lado,
o tempo, à margem de qualquer afronta,
segue o seu curso alheio ao nosso estado!
João de Castro Nunes
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