A NEVE
Com aquela nostálgica tristeza,
Que infunde em nós uma manhã brumosa,
A neve cai por sobre a natureza,
Silenciosa e leve e vagarosa.
Com sol ainda, começou o dia,
Que, em breve, se toldou, vinda a tormenta,
Como tudo na vida principia
Por um sorriso, que se não sustenta.
O vale imenso e os montes, p'ra diante,
Com mil aspectos do mais vivo interesse,
Aumentam de brancura a cada instante,
Enquanto o coração mais se enegrece.
E num silêncio que se não descreve,
A cidade desenha-se melhor;
E tudo surge e avulta, porque a neve
Torna tudo mais nítido e maior.
Nas fontes nem o eco dum lamento,
No ar frio uma lúgubre nudez,
A natureza tem o olhar atento
De quem nos vê pela primeira vez.
Sente-se a dor de tudo quanto existe
Fundir-se à nossa, num sagrado enlêvo,
E a neve fria cai na terra triste
Tão triste e fria, como o que eu escrevo.
Fausto Guedes Teixeira
Nada há mais triste que a neve
ResponderEliminarna nossa vida caindo
mesmo que seja ao de leve
e de aspecto seja lindo!
JCN
ResponderEliminarAltero o último verso para:
e quase não se sentindo!
JCN
Altero o último verso para:
ResponderEliminare quase não se sentindo!
JCN