quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Meditações - Luto de Novembro

Inverno

Os calendários mentem! Afinal
Tudo morreu... E a dança de S. Vito,
Dos ramos nus, fez-te soltar um grito
Que vibrando varou todo o cristal.

Tens surpresas, és muito desigual.
Ninguém me vê alegre nem aflito:
Indiferente, apenas acredito
Que tudo nesta vida é natural.

Já me não prende a mais festiva palma.
São manequins os sonhos que desmembro
E se dissipam nesta fria calma.

Dia de crepes, luto de Novembro...
O fim do mundo, aqui, na minha alma.
-- Já não devo sofrer porque não lembro!

Gil Vaz (Manuel de Souza Mendes Pinheiro)

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