domingo, 28 de outubro de 2012

Em St. Imier, nos 180 anos da Longines


Estivemos por estes dias em St. Imier, sede da Longines desde 1832. No âmbito das comemorações do 180º aniversário da marca, visitámos a manufactura e o recém-remodelado Museu. O actor Paulo Pires, embaixador da Longines para o mercado nacional, fazia parte do grupo.

O Vice-Presidente da Longines e responsável internacional de vendas, Charles Villoz, foi anfitrião desta visita do grupo português e a bandeira nacional esteve hasteada à entrada da manufactura durante os três dias da visita.


Charles Villoz e Paulo Pires


As primitivas instalações da Longines

Ao comemorar 180 anos de existência, a Longines quer realçar não apenas a sua capacidade técnica como uma tradição de elegância e performance, muito ligada ao desporto. Com uma vasta experiência em cronometragem desportiva - especialmente em desportos que envolvam elegância - a Longines faz hoje parte do maior grupo de relojoaria do mundo, o Swatch Group. O logótipo da marca, uma ampulheta alada, é a patente comercial mais antiga do seu género no mundo. Os relógios Longines estão hoje presentes em mais de 130 países.

Aquando da conferência de imprensa marcando o 180º aniversário, o CEO do Swatch Group, Nicolas (Nick) Hayek Jr., avançou com números raramente disponibilizados - em 2011, a Longines conseguiu pela primeira vez na sua história facturar mais de mil milhões de francos suíços e produzir mais de um milhão de relógios. Um feito que premeia a gestão de um histórico do sector, Walter von Känel, Presidente da Longines, na empresa desde 1969 e no cargo desde 1988.


Longines, em romanche, significa "campos longos e estreitos". Aspecto do vale, em St. Imier, onde se instalou a Longines desde a sua fundação


A Longines, nos anos 1950

A história da Longines começa em 1832, quando Auguste Agassiz entra no mundo da relojoaria e se emprega num ponto de venda, em St. Imier. Cedo ficou responsável pelo estabelecimento e a empresa passou a chamar-se Agassiz & Co. POr essa altura, começava a produzir relógio segundo o sistema de “établissage”, onde relojoeiros locais trabalhavam em casa e forneciam as peças que produziam a pontos de montagem e venda. Agassiz construiu uma rede de contactos comerciais, o que lhe permitiu vender relógios noutros continentes, em particular nos Estados Unidos.

Durante os anos de 1850, o sobrinho de Agassiz, Ernest Francillon passa a tomar conta do negócio. A preocupação dele foi a de aperfeiçoar os métodos de fabrico. Concluiu que seria mais vantajoso centralizar sob o mesmo tecto as várias fases de produção - ou seja, criar uma fábrica onde pudesse montar e acabar cada relógio, introduzindo ao mesmo tempo um certo grau de mecanização.

Para conseguir isso, ele compra em 1866 dois pedaços de terreno, na margem direita do rio Suze, que corre pelo vale de St. Imier. O sítio era localmente conhecido com Les Longines (campos longos e estreitos) e ele adoptou esse nome para a fábrica que ali constrói em 1867. Ernest Francillon empregou Jacques David, um jovem engenheiro que ainda era da sua família, e que o ajudou a desenvolver as máquinas necessárias à produção de peças para relógios. Durante os anos 1870, provou-se que a opção de industrialização tomada por Francillon foi acertada e a fábrica continuou a expandir-se até ao primeiro terço do século XX: em 1911, a fábrica da Longines empregava mais de 1100 trabalhadores e vendia os seus relógios por todo o mundo.


Anúncio aos relógios de bolso Longines, no Anuário Comercial de Portugal, de 1897 (o anúncio mais antigo que até hoje detectámos sobre a presença da Longines em território nacional)


Aspecto actual da Longines


A presença de Paulo Pires motivou o natural interesse de operárias portuguesas na Longines


Operários a trabalhar, nos primeiros tempos da mecanização

O desenvolvimento técnico levado a cabo pela Longines foi recompensado com vários prémios, o que foi dando gradualmente à empresa uma reputação de vencedora nas várias exposições internacionais e mundiais. Até que, em 1929, em Barcelona, a Longines obtém um recorde de 10 Grandes Prémios.

Em 1889, Francillon patenteou a marca comercial compreendendo o nome Longines e o logótipo da ampulheta alada, hoje mundialmente conhecido. Actualmente, a Longines é a marca registada mais antiga do mundo, com um logótipo original ainda em uso, registada na Organização Mundial da Propriedade Industrial (WIPO), com sede em Genebra. Desde 1867 que a Longines usa o símbolo da ampulheta alada e o nome "Longines" como garantia de qualidade, a fim de combater a falsificação que começava a ocorrer, num aproveitamento da reputação que a companhia tinha.

 Auguste Agassiz e Ernest Francillon. Em baixo, aspectos da fábrica




Medindo provas desportivas, com cronógrafos Longines

Usando o saber gradualmente adquirido, a Longines foi estabelecendo no século XX uma rede vantajosa de laços com o mundo do desporto, o que lhe permitiu disponibilizar os seus serviços especializados a várias disciplinas. A paixão da marca pelo desporto equestre data de 1878, quando produziu um cronógrafo com um jóquei e a sua montada gravados na caixa. Visto nas pistas desde 1881 e extremamente popular entre os jóqueis e amantes de cavalos, este modelo permitia medir com precisão do segundo. Em 1886, já era usado pela maior parte dos juízes desportivos de Nova Iorque. Por outro lado, a marca esteve pela primeira vez envolvida, em 1926, no Concours Hippique International Officiel de Genève, como cronometrista.

Hoje em dia, a Longines está profundamente envolvida no desporto equestre, tendo estabelecido uma série de parcerias - H.H. Sheikh Mohammed bin Rashid al-Maktoum Endurance Cup, a maioria dos campeonatos CSIO e CHIO, bem como o CSIO Barcelona, o Dubai Show Jumping Championship, o President’s Cup presented by Longines e o Emirates Longines Show Jumping League, o Longines Equestrian Beijing Masters, o Hong Kong Masters bem como algumas etapas do Global Champions Tour. Em 2000 foi lançado o Longines Press Award for Elegance, que é dado todos os anos ao cavaleiro e à cavaleira mais elegante da temporada de saltos.

Mas, nas provas planas, a presença da marca também é maciça: é parceira do Prix de Diane Longines, do Dubai World Cup, do Qatar Prix de l’Arc de Triomphe, do Royal Ascot, do H.H. The Emir’s Trophy presented by Longines, do Longines Hong Kong International races, do Longines Singapore Gold Cup, do Melbourne Cup Carnival, do Gran Premio Longines, do Longines Handicap de las Américas, do Grand Prix Longines Lydia Tesio, do Longines Grosser Preis von Baden e do Kentucky Derby.


No museu da marca: esboços do desenho de Lindbergh, especificando as necessidades para um relógio de pulso, que a Longines produziu para ele


A Longines desenvolve na sua linha Heritage uma série de modelos evocativos de um passado notável. os modelos dessa linha são tributos ao espírito pioneiro que inspirou os designers da empresa desde os primeiros dias. Os relógios Longines acompanharam muitos pioneiros nas suas aventuras no ar, em terra ou no mar.

Entre as peças dessa linha Heritage, destaque para o Lindbergh Hour Angle Watch, uma reedição do relógio desenvolvido em 1931 para o piloto norte-americano Charles Lindbergh. o Longines Weems Second-Setting Watch, um tributo ao sistema de navegação engendrado pelo Capitão Philip van Horn Weems, e o Longines Twenty-Four Hours, uma reedição do relógio desenhado nos anos 1950 especialmente para os pilotos da Swissair, estão igualmente entre os modelos Heritage.


Em destaque no museu, uma réplica do Spirit of St. Louis, com que Lindbergh fez o histórico voo sem escala de Nova Iorque a Paris, em 1927



Paulo Pires aprecia peças do museu onde se mostra a parceria que desde há anos liga a Longines ao Open de França em ténis, o Roland Garros. Em baixo, uma galeria de alguns dos embaixadores internacionais da marca


A ligação da Longines à ginástica remonta a 1912, quando a empresa usou pela primeira vez o seu sistema electromecânico ou "de fio quebrado", no meeting Swiss Federal Gymnastics. Durante mais de 20 anos a Longines tem sido parceiro oficial e cronometrista de acontecimentos de ginástica rítmica e artística organizados pela Federação Internacional de Ginástica. Instituído em 1997, o Longines Prize for Elegance destina-se ao ginasta bou à equipa considerados os mais elegantes na época gímníca.

Foi em 1933, em Chamonix, que a Longines começou o seu envolvimento no esqui alpino. Desde então, a marca tem demonstrado neste desporto de Inverno as suas capacidades e inovações técnicas. Como cronometrista oficial da Taça do Mundo de Esqui Alpino e dos Campeonatos do Mundo de Esqui, organizados pela Federação Internacional de Esqui, a Longines tem nesta modalidade um comprometimento a médio e longo prazo.

Desde 2007, a Longines é parceiro oficial do Open de França / Roland Garros. A empresa aproveita todos os anos a ocasião para descobrir os campeões do futuro, organizando o torneio Longines Future Tennis Aces. Dois dos Embaixadores de Elegância da marca, o casal Andre Agassi e Stefanie Graf, ajudam na organização do torneio e ajudam crianças desfavorecidas através da Andre Agassi Foundation for Education and Children for Tomorrow.

Noutra modalidade, o tiro com arco, a Longines é parceiro dos Campeonatos do Mundo, organizados pela Federação Internacional de Arco. Nesta disciplina, que requer concentração, equilíbrio, precisão e destreza, a marca instituiu o Longines Prize for Precision, que contempla os melhores arqueiros da época.


Em cima, o actor português assina o Livro de Visitas do Museu. Em Baixo, a obra publicada pela Longines por altura do seu 180º aniversário


Em cima, o grupo português, no jantar de despedida, em Neuchâtel, num restaurante típico, cuja especialidade é fondue de queijo. Em baixo, uma ida a umas caves de vinho muito especiais, também em Neuchâtel, onde o dono, pianista, se entusiasma e vai tocando trechos de música clássica para os visitantes



A Longines procura uma elegância intemporal nos seus relógios, inspirando-se na herança estética de quase dois séculos. Os quatro pilares actuais da marca são as colecções Elegance, Tradition, Sport e Heritage.

Na linha Eelgance, a Longines conta com embaixadores como o actor australiano Simon Baker, a actriz britânica Kate Winslet, a actriz indiana Aishwarya Rai Bachchan ou actriz chinesa Chi Ling Lin.

PrimaLuna, DolceVita, La Grande Classique de Longines, Master Collection, Evidenza, Conquest e HydroConquest são modelos que têm procurado inspiração no passado da marca.

No âmbito do 180º aniversário, a Longines lançou este ano um cronógrafo mono-botão, de roda de colunas. Além disso, criou uma quinta colecção, a Longines Saint-Imier Collection, em honra do local onde tudo se tem passado.



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