quarta-feira, 30 de maio de 2012

Chegado ao mercado: relógio Jaeger-LeCoultre Reverso Julião Sarmento


A versão em ouro rosa, do Reverso Julião Sarmento

aqui tínhamos falado dele em primeira mão. Depois, passámos um dia com o artista, como referimos aqui. Agora, as imagens institucionais do Jaeger-LeCoultre Reverso Julião Sarmento, inserido na colecção de edições especiais para o mercado nacional - Arte Portuguesa - iniciativa do importador, a Torres Distribuição.

Trata-se da sexta iniciativa do género, iniciada em 2000 - criações de Júlio Pomar, Manuel Cargaleiro, Paula Rego e José de Guimarães em Reversos, para além de um modelo Master Control associado a uma escultura de Júlio Pomar.

A ideia partiu de Pedro Torres (1956 - 2008), fundador da Torres Distribuição, e ele próprio coleccionador de Arte Contemporânea Portuguesa.

Devido à sua arquitectura original e reversível, nenhum outro relógio de pulso está tão associado às artes como o Reverso – cujo segundo rosto tem proporcionado um espaço portátil para personalizações e divagações artísticas desde a sua criação em 1931.

Cedo se tornou evidente que o Reverso era ideal para devaneios criativos; as possibilidades técnicas e estéticas abertas pelas suas características próprias têm sido oportunamente aproveitadas pela Jaeger-LeCoultre – que ao longo de oito décadas foi dotando o verso com prodigiosas complicações relojoeiras ou belas manifestações artísticas. O percurso do Reverso foi permitindo à histórica manufactura suíça reunir no seu portefólio uma larga panóplia de personalizações artísticas, desde a simples gravação de iniciais até composições em esmalte.

O Tempo feminino de Julião Sarmento

Julião Sarmento escolheu a representação de um corpo feminino para a sua interpretação do tempo: «Sou muito identificado com a representação do corpo feminino; todo o meu trabalho gira à volta da iconografia feminina e tenho uma série de obras que são uma espécie de mulher expectante, que está à espera, o que tem a ver com o espaço e com o tempo», explica o artista na mais recente edição da revista Espiral do Tempo. «Tem a ver com o espaço no qual a mulher existe, que ela preenche, e com o tempo indeterminado em que ela lá está. Não é um tempo fugaz, é um tempo eterno. Foi esse o sentido que me interessou na conexão entre uma imagem de marca, a minha imagem de marca, e a ideia do tempo que não acaba».

O Reverso/Arte Portuguesa Julião Sarmento declina-se em duas edições limitadas com mecanismo de corda manual que têm por base o Grande Reverso 976: a de ouro rosa (17.900 €) tem uma tiragem de 20 exemplares com mostrador preto e pequenos segundos circulares; a de aço (9.900 €) é de 30 exemplares com submostrador rectangular dos pequenos segundos. Cada relógio é acompanhado de uma serigrafia assinada pelo autor – com a peculiaridade da serigrafia que acompanha o modelo em ouro ser de cor amarela forte, enquanto a serigrafia que acompanha a versão em aço é a preto e branco.


A versão em aço do Reverso Julião Sarmento





Uma gravadora da Jaeger-LeCoultre, vinda expressamente da Suíça, esteve presente no atelier de Julião Sarmento, mostrando à imprensa e a clientes finais um dos métiers d'art que a manufactura domina







Especificações Técnicas

Edição limitada a 20 exemplares em ouro rosa de 18 kt e a 30 exemplares em aço com personalização em laca de uma obra de Julião Sarmento. Cada relógio vem acompanhado de uma serigrafia de 75x112 cm assinada pelo artista.

Referências: Q373247P (ouro rosa) ; Q373842P (aço) Movimento: - Mecânico de corda automática Calibre 976 da Jaeger-LeCoultre. - 151 peças. - 28 800 alt/ h. - 48 horas de reserva de corda.
Funções: - Horas. - Minutos. - Pequenos segundos.

Caixa: - 30 x 48,5 x 9,7 mm - Ouro rosa 18 kt ou aço. - Reversível. - Verso personalizado em esmalte e fundo gravado com a assinatura de Julião Sarmento. - Estanque até 30 metros.

Bracelete: - Pele de aligátor com fecho de báscula em ouro rosa 18kt ou aço.

Preços: - € 17.900 (ouro rosa 18 kt) - € 9.900 (aço)



Colecção Jaeger-LeCoultre Arte Portuguesa 

As anteriores associações entre relógios Jaeger-LeCoultre e artistas portugueses foram limitadas a 30 ou 40 exemplares (mais um como prova de autor, oferecido ao artista). Eis a retrospectiva de uma série começada em 2000:

Os dois tempos de Júlio Pomar

Júlio Pomar inspirou-se na célebre parábola da lebre e da tartaruga – os protagonistas de um conto de Esopo adaptado por La Fontaine que tem servido de lição através dos séculos. O modelo de base escolhido foi o Reverso Date em ouro rosa, com a indicação da data através de um ponteiro e do dia da semana numa janela descentrada a acompanhar as funções habituais das horas, minutos e segundos. O concorrido leilão do exemplar número um do Reverso Date/Júlio Pomar foi efectuado na Casa do Artista, entidade para a qual reverteu a verba alcançada: 25.688 €. O preço do relógio e serigrafia: 17.500 €.

A descrição de Júlio Pomar: «Gosto de pintar o que vejo, mas nunca vi o tempo e não sabia o que iria fazer... então, lembrei-me da velha história dos dois tempos completamente diferentes, da lenda da tartaruga e da lebre, que nos faz recordar que cada um de nós tem um ritmo diferente de viver o tempo.»

O Tempo abstracto de Manuel Cargaleiro

Manuel Cargaleiro optou por um exclusivo conjunto pictórico de forte componente geométrica que foi gravado em esmalte no verso do Reverso Or Déco em ouro branco, escolhido para servir de base à edição limitada. O próprio autor define a sua arte como ‘abstraccionismo lírico’ e a sua interpretação foi considerada extremamente feliz pela crítica, tão forte nas linhas como nas cores. A hasta de beneficência teve lugar na casa leiloeira Cabral Moncada e o exemplar número um foi adquirido por 20.500 €; a receita reverteu a favor do Centro para o Estudo das Artes de Belgais, da pianista Maria João Pires. O preço do relógio e serigrafia: 18.750 €.

A descrição de Manuel Cargaleiro: «Numa composição simbolista, o cosmos é representado pelas três manchas vermelhas e a espiral é a imagem do tempo, do eterno retorno, algo sem princípio nem fim. Na parte de baixo surge a azulejaria e as cores são as da bandeira de Genebra, capital mundial da relojoaria.»

O Tempo feminino de Paula Rego

A posição ambígua da mulher em relações traumáticas surge como tema central da gravura de Paula Rego para a edição limitada do Reverso com a sua assinatura: está lá todo o seu simbolismo, toda a carga erótica, toda a hierarquização, o sofrimento e a posição secundária da mulher desde os primórdios da humanidade. Segundo a autora, a imagem é um retrato da condição feminina através dos tempos. O modelo de base escolhido foi o Reverso Grande Taille em ouro rosa, devidamente personalizado com a assinatura no mostrador exclusivo e as gravações da série limitada. O preço do relógio e serigrafia: 21.900 €.

A descrição de Paula Rego: «A imagem traduz uma violência sexual, mas é uma espécie de tentativa em que há cumplicidade por parte da mulher, senão teria fugido. Escolhi essa imagem para representar o tempo porque se trata de algo que se passa desde sempre, como se fosse um ritual: um que domina o outro, é o tempo eterno.»

O Tempo simbólico de José de Guimarães

A arte de José de Guimarães vai da tela aos grandes espaços urbanos, das formas aparentemente ingénuas ao simbolismo ambíguo, das duas dimensões à tridimensionalidade, das origens ao contemporâneo, do arcaico ao pop, de Portugal para o mundo numa verdadeira explosão de cor e abstraccionismo. E passou também para o pulso graças ao primeiro Reverso/Arte Portuguesa em aço, apresentado na versão Reverso Gran’Sport com uma correia exclusivamente concebida para ele e a rubrica do autor gravada na caixa. O preço do relógio e serigrafia: 9.750 €.

A descrição de José de Guimarães: «Há determinadas culturas em que a serpente é símbolo da eternidade e foi fácil associá-la ao tempo. Nas cores, usei o azul do bom augúrio e o vermelho e o verde da bandeira nacional para os olhos. O fundo branco mesclado reproduz o fundo do desenho original feito com massa em relevo.»

O Tempo nas três dimensões de Júlio Pomar

‘Escutar o Tempo’ foi o título da segunda parceria entre Jaeger-LeCoultre e Júlio Pomar, a primeira do projecto Arte Portuguesa sob a forma de escultura – e constituída pela escultura de uma lebre e um Master Control. A tiragem foi limitada a 30 relógios em ouro rosa com a assinatura do mestre gravada na caixa e algarismos florais no mostrador; a escultura da lebre (assente sobre a carapaça de uma tartaruga e o livro ‘Dom Quixote’) também serve de ‘estojo’ ao relógio. O preço do relógio e da escultura: 19.750 €.

A descrição de Júlio Pomar: «A lebre, com a sua cabeça inclinada para o relógio, parece estar a ouvir o tempo passar.»

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