quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Meditações - a Primavera do meu tempo

Eu Não Me Entendo

Entrego a minha voz ao coração do vento
E quanto mais água dos meus olhos corre
Mais fogo acendo
Eu não me entendo
Eu não me entendo

E por ti já gastei o pensamento
Ai amor, ai amor, se o tempo
Já gastou, já gastou o nosso tempo
Eu não me entendo
Eu não me entendo

A primavera do meu tempo
Já gastei a primavera do meu tempo
Já fiz da boca jardins de vento
E não me entendo
E não me entendo
Eu não me entendo

Letra de José Luís Gordo, música de José Mário Branco, para fado de Camané

10 comentários:

  1. O fado nada mais é
    que um desabafo profundo
    de um povo quando a maré
    faz com que bata no fundo!

    JCN

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  2. O dicionário não diz
    aquilo que o fado é:
    melhor o sabe o infeliz
    que na vida perde o pé!

    JCN

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  3. O fado, como a saudade,
    é um termo peculiar
    da nossa forma de estar,
    que não possui paridade!

    JCN

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  4. Eu li num velho alfarrábio
    que o fado da nossa gente
    é uma espécie de astrolábio
    de um povo que está doente!

    JCN

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  5. Desde que Amália morreu
    devia-se o fado arquivar
    para não se adulterar,
    como ao país sucedeu!

    JCN

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  6. Quem o fado tem mataado
    os maus fadistas têm sido:
    se não se toma cuidado,
    perderá todo o sentido!

    JCN

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  7. Altero o último verso para:

    pode perder o sentido!

    JCN

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  8. O FADO

    O fado é a expressão mais singular
    do povo português quando está triste,
    quase impossível sendo de contar
    de que matéria é feito, em que consiste.

    Cantado por Amália e difundido
    por todo o mundo em sua voz magoada,
    fala aos sentidos de qualquer ouvido
    e sem reserva a toda a gente agrada.

    Pelo som das guitarras e violas
    acompanhado, o fado faz gemer
    do nosso coração todas as moças.

    Lamúria de viela e de salão,
    fidalgo ou popular a mais não ser,
    o fado puxa sempre à emoção!

    JOÃO DE CASTRO NUNES

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  9. Quando o fado ouvem cantar
    nos becos da capital,
    põem-se os anjos a chorar
    com pena de Portugal!

    JCN

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  10. É o fado a expressão
    da nossa melancolia
    que só passa no caixão
    quando chegar esse dia!

    JCN

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