Eu Não Me Entendo
Entrego a minha voz ao coração do vento
E quanto mais água dos meus olhos corre
Mais fogo acendo
Eu não me entendo
Eu não me entendo
E por ti já gastei o pensamento
Ai amor, ai amor, se o tempo
Já gastou, já gastou o nosso tempo
Eu não me entendo
Eu não me entendo
A primavera do meu tempo
Já gastei a primavera do meu tempo
Já fiz da boca jardins de vento
E não me entendo
E não me entendo
Eu não me entendo
Letra de José Luís Gordo, música de José Mário Branco, para fado de Camané
O fado nada mais é
ResponderEliminarque um desabafo profundo
de um povo quando a maré
faz com que bata no fundo!
JCN
O dicionário não diz
ResponderEliminaraquilo que o fado é:
melhor o sabe o infeliz
que na vida perde o pé!
JCN
O fado, como a saudade,
ResponderEliminaré um termo peculiar
da nossa forma de estar,
que não possui paridade!
JCN
Eu li num velho alfarrábio
ResponderEliminarque o fado da nossa gente
é uma espécie de astrolábio
de um povo que está doente!
JCN
Desde que Amália morreu
ResponderEliminardevia-se o fado arquivar
para não se adulterar,
como ao país sucedeu!
JCN
Quem o fado tem mataado
ResponderEliminaros maus fadistas têm sido:
se não se toma cuidado,
perderá todo o sentido!
JCN
Altero o último verso para:
ResponderEliminarpode perder o sentido!
JCN
O FADO
ResponderEliminarO fado é a expressão mais singular
do povo português quando está triste,
quase impossível sendo de contar
de que matéria é feito, em que consiste.
Cantado por Amália e difundido
por todo o mundo em sua voz magoada,
fala aos sentidos de qualquer ouvido
e sem reserva a toda a gente agrada.
Pelo som das guitarras e violas
acompanhado, o fado faz gemer
do nosso coração todas as moças.
Lamúria de viela e de salão,
fidalgo ou popular a mais não ser,
o fado puxa sempre à emoção!
JOÃO DE CASTRO NUNES
Quando o fado ouvem cantar
ResponderEliminarnos becos da capital,
põem-se os anjos a chorar
com pena de Portugal!
JCN
É o fado a expressão
ResponderEliminarda nossa melancolia
que só passa no caixão
quando chegar esse dia!
JCN