Estranha-se a pedra porque está ali onde a olhamos e ela vê-nos à sua maneira com indiferença máxima pelo nosso olhar. Andamos-lhe em volta e não a ignoramos nem a conhecemos nem a podemos domesticar: só podemos admirá-la. Virá-la para dentro. Para o tempo. Que ela mostra. É um relógio de um ponteiro que marca os séculos se os contarmos e tudo o que neles acontece. Um soldado morto vive numa pedra e só nasce debaixo do travesseiro. É um sonho de pedra pequena e muita guerra vista em volta. Com muito tempo. Ninguém as retirava do seu moledro lá por Sagres.
Álvaro Lapa, Impressões da Lusitânia
A fim de o tempo medir
ResponderEliminartudo serve, minha gente,
mesmo que seja um menhir
levantado antigamente!
JCN
Um tronco de árvore dá
ResponderEliminarpara o tempo registar:
é questão de o calcular
pelos anéis que nele há!
JCN
Antes de Cristo nascer
ResponderEliminaro tempo já se contava,
possível sendo saber
como é que ele caminhava!
JCN