Alain Spinedi
A Louis Erard está a comemorar 80 anos. Está há pouco tempo no mercado português, trazida pela David Rosas. O CEO da marca, Alain Spinedi, está em Portugal, e Estação Cronográfica falou com ele.
A carreira do suíço Alain Spinedi no sector da Relojoaria começou em 1980, na Tissot, passando depois pela Swatch e pela Sector, conhecendo bem o mercado português. Depois de um interregno de três anos, volta ao sector, comprando em 2003 a Louis Erard, liderando um conjunto de investidores.
Fundada em 1929, em La Chaux-de-Fonds, Neuchâtel, por Louis Erard e André Perret, a marca produz o primeiro relógio com o seu nome apenas em 1931, permanecendo de 1942 a 1980 essencialmente como fornecedora de caixas para outras manufacturas. Consegue resistir à crise do quartzo, no final dos anos 70 e início dos anos 80, mas em 1992 está quase falida, mudando de donos e mudando de instalações, para Noirmont, no Jura.
Após uma década de silêncio, a Louis Erard volta à actividade, agora dirigida por Alain Spineli, orgulhando-se de até hoje ter unicamente produzido relógios mecânicos. Os actuais donos escolhem por isso a frase "relógios mecânicos suíços" para acrescentar ao logótipo.
Em 2003, a Louis Erard tinha um volume de negócios ínfimo, quatro relojoeiros, 7 mil relógios em stock. Alain Spineli apenas conservou os relojoeiros ("património valioso") e redefiniu do zero a rede retalhista. Em 2007, atingem-se os 50 mil relógios produzidos desde o rearranque e em 2010 chega-se aos 100 mil. Estava atingida a velocidade de cruzeiro.
A David Rosas, como anunciámos aqui, começou com a marca apenas num ponto de venda, no Centro Comercial Colombo, em Lisboa, há 10 meses. No Verão, a Louis Erard passou a estar disponível também na David Rosas no Porto. Pedro Rosas, CEO do retalhista e importador, decidiu alargar proximamente a mais dois dos seus pontos de venda, estando previsto alguns outros, de retalhistas terceiros. Isto devido à boa resposta conseguida até agora.
Os relógios Louis Erard têm linhas clássicas, acabamentos de qualidade e conseguem impor-se não apenas pela fiabilidade dos seus calibres (ETA), mas pelo preço praticado, abaixo claramente do equivalente que há no mercado.
Alain Spineli não está preocupado com as novas regras que em breve serão introduzidas na indústria - a ETA, que faz parte do Swatch Group, e que é o maior fabricante mundial de ébauches e movimentos acabados, vai deixar de os fornecer a terceiros.
A Louis Erard, como outras marcas independentes, está a colaborar agora com a Sellita, uma produtora de ébauches em quantidade industrial. Para calibres mais complicados, a Louis Erard fará encomendas a companhias como a Soprod, a Dubois Dépraz, La Joux-Perret ou Technotime, que estão a tentar preencher o "vazio" deixado pela nova política ETA. Em 2009, por exemplo, a Louis Erard lançou o seu primeiro módulo desenvolvido in-house, em parceria com a Soprod (um Regulador e Reserva de Corda).
Actualmente, a Louis Erard tem quatro colecções - Excellence, 1931, Héritage e Emotion, esta última exclusivamente feminina.
Alguns exemplos:
Em cima e em baixo, modelo Excellence Réserve de Marche (calibre ETA 7001 RM 10, trabalhado in-house). Indicação de reserva de corda. Caixa de 40 mm, em aço ou ouro rosa (esta, limitada a 80 peças).Em cima e em baixo, modelo Excellence Régulateur Réserve de Marche (calibre ETA 7001 RE 9, trabalhado in-house). Regulador, indicação de reserva de corda. Caixa de 40 mm, em aço ou ouro rosa (esta, limitada a 80 peças).Em cima e em baixo, modelo Excellence. Cronógrafo automático (calibre ETA 7751). Indicação de horas, minutos, segundos, data, mês, fases de lua e 24 horas. Caixa de 42 mm, em aço ou ouro rosa (esta, limitada a 80 peças).
Em cima e em baixo, modelo Excellence. Cronógrafo automático (calibre ETA 2094). Caixa de 36mm, em aço ou ouro rosa, com ou sem diamantes no bisel.
Caro Fernando,
ResponderEliminarFeliz em saber que Louis Erard chega a Lisboa. Possuo uma bela peça já há alguns anos e o considero uma das minhas melhores. Abraço forte,
Ângelo Tabet