Em paredes, em mesas e algibeiras;
Mas tão vários de molde, tão sem conto,
Que lóge não verás de Relogioeiro
Tão bem sortida.
Tem pelas quatro, cinco ou seis fachadas
Das casas, mil primores da Gnomónica.
E o Sol, desde que nasce: até que morre,
Pelas linhas lhe aponta, enfiando o olho
Da chapeleta, as horas, meias horas.
E os curtos quartos,
Sem que lhe escape o mínimo minuto.
Vê-lo-ás dar corda, todo o santo dia;
Ora avançar ponteiro, ora atrazá-lo.
Por que andem justos,
uns c'os outros os pobres dos Relógios,
De ponteiro em ponteiro anda e desanda:
Tal lida, bem o vês, há-de atentá-lo.
Outros, no andar, bem podem desbancá-lo,
Mas ninguém melhor sabe às quantas anda.
Filinto Elysio (1734 - 1819), nome arcádico do padre Francisco Manuel do Nascimento
Contribuição de Paulino Mota Tavares
Para saber ao certo às quantas ando,
ResponderEliminaras horas não preciso de saber,
bastando-me enxergar, de quando em quando,
o sol antes de o astro se esconder!
JCN
Antes de relógio haver,
ResponderEliminarjá sabia o ser humano,
sem qualquer margem de engano,
quais as horas de comer!
JCN
O macaco não precisa
ResponderEliminarde cronómetro nenhum,
pois que a barriga o avisa
de que se encontra em jejum!
JCN