sábado, 16 de julho de 2011

Meditações - as três fases da vida

Tenha equanimidade bastante para desculpar esta oferta de saloio. Há nela um pouco de vaidade de autor. Quando eu tinha vinte e cinco anos cultivava flores e fazia versos; depois dos trinta e cinco fabrico manteiga e faço prosa. Passados os cinquenta provavelmente não farei nem uma coisa nem outra. Serei talvez um avaro, ou um caturra. É a trilogia da vida humana: trilogia de pernas ao ar, em que a poesia está no primeiro acto, o positivo e a prosa no segundo, o chato e sem sabor no terceiro.

Alexandre Herculano, (1810 - 1877), in carta a Bulhão Pato, de 1840, a quem manda como presente manteiga feita por ele

5 comentários:

  1. Das coisas mais fascinantes
    é na velhice manter
    o desejo de fazer
    os mesmos versos que dantes!

    JCN

    ResponderEliminar
  2. Para quem possui a graça
    de ser poeta a valer
    essa bossa nunca passa
    desde logo até morrer!

    JCN

    ResponderEliminar
  3. Em jovem ser-se poeta
    nada tem de extraordinário,
    constatando-se o contrário
    numa idade já provecta!

    JCN

    ResponderEliminar
  4. Dada a sua experiência,
    diz Alexandre Herculano
    que há três fases na existência
    respeitante ao ser humano!

    JCN

    ResponderEliminar
  5. Se Herculano em poesia
    o mesmo fosse que em prosa,
    nunca por certo haveria
    estrela mais luminosa!

    JCN

    ResponderEliminar