O abade tomou a ficar só, esperando. Tudo dormia na Ricoça, D. Josefa, os caseiros, a quinta, os campos em redor. Na sala, um relógio de parede, enorme e sinistro, que tinha no mostrador a carranca do sol e em cima sobre o caixilho a figura esculpida em pau de uma coruja pensativa, um móvel de castelo antigo, bateu meia-noite, depois uma hora.
Eça de Queiroz (1845 - 1900), escritor português, in O Crime do Padre Amaro
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