sábado, 5 de março de 2011

Meditações - mão de relógio

Às poesias que se fizeram a uma queimadura da mão de uma senhora

Ó mão não de cristal, não mão nevada,
Mão de relógio sim, pois que pudeste
Nesta mísera terra em que naceste
Fazer dar tanta infinda badalada.
Que mão de almofariz enxovalhada
Foi tal, como tu foste, ó mão celeste,
Pois foste, quando mais resplandeceste,
Em tantas de papel tão mal louvada.

D. Tomás de Noronha (? - 1651), poeta português, in Fénix Renascida,

Sem comentários:

Enviar um comentário