domingo, 13 de fevereiro de 2011

Meditações - onde as horas não contam

Três Postais de S. Jorge

1. Nas Velas, junto ao Arco
um chocalhinho breve
feriu furtivamente a superfície
de vidro da manhã.

2. Deixei o meu relógio algures numa fajã.
Onde não contam horas nem minutos
É o tempo de Deus.

3. Acabo de enviar um apelo veemente
aos excelentíssimos
detentores do poder municipal:

"Deixem Nosso Senhor passear sossegado
p'los trilhos antiquíssimos
da inefável Fajã do Sanguinhal".

Emanuel Félix (1936 2004), poeta açoriano

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