Nós empobrecemos quando perdemos o comboio da inovação tecnológica. Foram os relógios, além do mais, que permitiram a organização do trabalho na revolução industrial dos séculos XVIII e XIX, algo que entre nós não tivemos com a celeridade necessária (tivemos, isso sim, no século XIX o romantismo doente e persistente, a nostalgia de D. Sebastião e do império perdido, tendo entrado no século XX com o episódio trágico-cómico do mapa cor-de-rosa, que bem simboliza a decadência e capitulação do império). Perdemos, se algum dia a tivemos, a ideia particularmente europeia, ocidental, de tempo. Perdemos tempo, muito tempo. Tempo esse que temos de recuperar, agora que somos europeus.
Professor Carlos Fiolhais, in A Coisa Mais Preciosa que Temos
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