segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Beijing em voo de pássaro

Há dois anos que Estação Cronográfica não estava na China continental e há quatro que não ia a Beijing. Estivemos agora lá uns escassos dois dias, em trabalho.

Ficámos instalados no novíssimo Distrito Financeiro, um bairro que ainda há cinco anos era apenas um imenso estaleiro de obras e que hoje é sede dos principais bancos mundiais no Império do Meio.

Tanto aqui como em pontos mais nevrálgicos da capital chinesa demos conta de um ambiente descontraído, para uma população que, apesar de tudo, nunca viveu tão bem nem com tanta liberdade individual (pode fazer tudo, excepto política).

A República Popular da China já é, neste momento, o segundo maior mercado de luxo do mundo, sendo também a segunda economia, apenas ultrapassada pelos Estados Unidos.

Em termos de relojoaria, e tendo em conta a soma dos mercados chineses continental e de Hong Kong, eles já representam 20 por cento do destino das exportações helvéticas. A crise não se fez praticamente sentir na indústria relojoeira, no luxo em geral, muito por causa do consumo chinês, que continua a crescer exponencialmente.

Um olhar rápido sobre sítios onde Estação Cronográfica viveu entre 1988 e 1990, uma China que a tradição dizia imutável e que a realidade demonstrou ser a sociedade que se está a transformar mais e mais rapidamente do que alguma vez ocorreu em alguma outra parte... em toda a História da Humanidade.
Troca de dinheiro vivo entre um vidente e uma cliente, manhã cedo, na mais famosa Feira da Ladra da cidade, o Panjiayuan

Ginastas amadores exercitam-se no parque do Tempo do Céu, Tian Tan. A terceira idade sai para a rua, todos os dias, independentemente das condições de tempo, para praticar nos jardins e parques todo o tipo de técnicas. Neste caso, os executantes têm mais de 60 anos...

O Templo do Céu, um dos edifícios mais elegantes de Beijing, uma estrutura toda em madeira, recentemente restaurada. O Imperador saia uma única vez por ano da Cidade Proibida, até ao Tian Tan, em procissão, implorando aos deuses boas colheitas

Pormenor de um canto em cerâmica num telhado do complexo do Templo do Céu

Músicos profissionais lideram um coro amador, a três vozes, entoando áreas de O Rio Amarelo (Huang He). A civilização chinesa nasceu em redor do Rio Amarelo, no interland do que é hoje o norte da China
A felicidade suprema: casal com dois filhos, um rapaz e uma rapariga, ouvindo o coro. O controlo de natalidade (um filho por casal) tem funcionado rigidamente nas cidades, mas com menos pressão nos campos, onde as famílias com mais posses conseguem ter mais filhos (a partir do primeiro, o Estado não dá educação ou saúde de graça)

Uma orquestra improvisada toca melodias populares, e a multidão dança, em coreografias há muito decoradas

A Cidade Proibida (Zijin Cheng) e a sua Galeria da Harmonia Suprema

Telhado num dos pavilhões da Cidade Proibida. O número de figuras (guardiões contra o fogo) indica a importância do edifício

Produção de moda na zona de Wang Fu Jin, o bairro comercial por excelência. Ao fundo a Dong Tang ou Igreja do Oriente, construída pelos jesuítas do Padroado Português do Oriente

Entrada de Zhong Nanhai, na Avenida Chang'an, a nova Cidade Proibida, o complexo onde vivem os dirigentes da República Popular da China. O rio de bicicletas foi substituído pelo rio de carros, num trânsito que não conhece hora de ponta...

Florão com motivos tradicionais chineses, Cidade Proibida

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