quinta-feira, 20 de maio de 2010

Meditações - o tempo não se explica

O número surge depois que separamos as afecções da substância e as repartimos em classes para podermos imaginá-las facilmente, e o número serve para que as determinemos. Vê-se claramente que a medida, o tempo e o número são apenas modos de pensar, ou melhor, de imaginar.
Por isso, não será de espantar que todos aqueles que se esforçam para compreender a marcha (progressum) da Natureza com o auxílio de tais noções, elas também mal compreendidas, se embaraçam em dificuldades inextrincáveis, de onde só poderão sair destruindo tudo e admitindo absurdos ainda maiores.
Com efeito, como há muitas coisas que só podemos alcançar pelo intelecto e não pela imaginação, como por exemplo a substância, a eternidade, aqueles que se esforçam para explicá-las por meio de tais noções auxiliares da imaginação só podem desatinar...”

Baruch Spinoza (1632-1677), filósofo holandês de ascendência portuguesa

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