Um modelo único Patek Philippe Celestial atingiu os 535 mil euros no leilão Only Watch, ontem realizado no Mónaco. Foi a peça mais cara, com a maioria dos outros relógios a leilão, sempre peças únicas, a serem licitados abaixo dos 35 mil euros. O total obtido para o combate à miopatia e à distrofia muscular foi de 2.285.500 €
Estiveram em praça 34 relógios, leiloados pela Patrizzi & Co., num evento apadrinhado por Alberto II do Mónaco. As marcas representadas foram Audemars Piguet, BELL & ROSS, Blancpain, Bovet Fleurier, Breguet Montres, CABESTAN, Cartier, CHAUMET, CHANEL, CONFRÉRIE HORLOGÈRE (BY BNB Concept), Corum Montres, De Bethune, Delacour, FRANC VILA, Franck Muller, Frédérique Constant, gérald charles, GIRARD-PERREGAUX, Hermès,
Hublot, Jaquet Droz, Les ateliers de Monaco, Louis Vuitton, MB&F, MONTBLANC, Omega, Patek Philippe, Piaget, Tag Heuer, Tourneau TIMEPIECES, Ulysse Nardin, Vacheron Constantin, Van Cleef & Arpels e Zénith International.
Para além do Patek, o exemplar da Confrérie Horlogère atingiu os 280 mil euros e o Cabestan os 220 mil euros. Depois, DeBethune, com 90 mil euros, Vacheron Constantin com 50 mil euros, Corum com 14 mil euros, ou Zenith com 10 mil euros.
Para ver a totalidade das peças que foram à praça e suas características, pode ir aqui e aqui.
O resultado relativamente decepcionante do leilão reflecte claramente a disposição do mercado, face a uma crise que ainda está longe do fim. Mas há sinais contraditórios, nomeadamente no mercado bolsista - é que, nos últimos seis meses, as acções de dois dos maiores grupos relojoeiros mundiais - Swatch Group e Richemont valorizaram rapida e fortemente, respectivamente 76,7 e 67 por cento, seguidos de perto pelos dos grupos PPR, LVMH et Hermès.
Os investidores estão assim a apostar forte na indústria do Luxo, perspectivando que, com uma saída da crise lá para o final do ano, as coisas voltem rapidamente a crescer como em 2007 ou 2008.
Investimentos fortes são também os que a indústria tem feito na sua capacidade instalada, funcionando a contra-corrente. Poderá dizer-se que esses investimentos foram decididos no auge da "bolha relojoeira" de há dois anos, mas eles estão a ser, apesar de tudo, levados em frente: no espaço de semanas, e como temos vindo a noticiar na Estação Cronográfica, as manufacturas Greubel Forsey, Vaucher e Audemars Piguet inauguraram centros de produção completamente novos, enquanto a Hublot se transferia para outro maior e a Jaeger-LeCoultre ultima o alargamento do seu.
Para já, os dados económicos divulgados não são assim tão animadores: o Swatch Group diminuiu no primeiro semestre as vendas em 15,3 por cento e os lucros em 41,8 por cento; o Richemont, quebrou 21 por cento nas vendas, enquanto o LVMH decresceu 17 por cento.
Reflectindo o ambiente depressivo, o Richemont tem sido o grupo onde a mudança de quadros dirigentes tem sido maior. Como anunciámos oportunamente, os CEOs da A. Lange & Sohne e da Baume & Mercier foram afastados, enquanto as duas marcas passam a ser superiormente dirigidas, respectivamente, pelos CEOs da IWC, Georges Kern; e da Jaeger-LeCoultre, Jérôme Lambert. Kern tem ainda a seu cargo a Roger Dubuis
Tanto Kern como Lambert são vistos como potenciais candidatos ao lugar de CEO do Richemont Group, actualmente ocupado por Norbert Platt (ex-CEO da Montblanc, outra marca do grupo). Platt tem prevista a reforma no final de Março de 2010 e a corrida à sua sucessão já terá começado entre os quadros da Richemont, uma sociedade presidida pelo sul-africano Johann Rupert.
Ainda no grupo Richemont, a marca de canetas Montegrappa, com sede em Itália, estaria à venda.
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