Com o tempo o prado seco reverdece,
Com o tempo cai a folha ao bosque umbroso,
Com o tempo pára o rio caudaloso,
Com o tempo o campo pobre se enriquece,
Com o tempo um louro morre, outro floresce,
Com o tempo um é sereno, outro invernoso,
Com o tempo foge o mal duro e penoso,
Com o tempo torna o bem já quando esquece,
Com o tempo faz mudança a sorte avara,
Com o tempo se aniquila um grande Estado,
Com o tempo torna a ser mais eminente.
Com o tempo tudo anda, e tudo pára,
Mas só aquele tempo que é passado
Com o tempo se não faz tempo presente.
Atribuído frequentemente a Luís de Camões mas, segundo os especialistas, antes da autoria de Baltazar Estaço, publicada por volta de 1604.
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