Uma nova descoberta na abadia de Inchcolm, na ilha do mesmo nome, ao largo de Edimburgo, Escócia, ajuda agora a decifrar os cânones dos monges Agostinhos que ali viveram desde o séc. XIII.
Trata-se, segundo a BBC, de um relógio de sol, com o quadrante marcando as chamadas horas canónicas, instrumento crucial no dia-a-dia da comunidade, que por ele se regia para regular horas e tipos de orações, tarefas profanas, etc.
Os arqueólogos a trabalharem na ilha de Inchcolm encontraram os restos desse relógio de sol que, acreditam, estaria originalmente colocado numa parede.
Até agora, algum mistério rodeava o método usado para medir o tempo pela ordem fundada em 1243 baseada na Regra e forma de vida determinadas por Santo Agostinho às comunidades que fundou durante a sua vida.
Embora muito disseminados em Inglaterra, os relógios de sol são relativamente escassos na Escócia, garante a British Sundial Society
Os historiadores acreditam que os monges agostinhos viveram de acordo com uma rotina estricta, tornando essencial a todos os membros da comunidade fazer a coisa certa no tempo certo. O quadrante agora achado em Inchcolm, que está partido em dois, foi descoberto pelos especialistas em História da Escócia, Hugh Morrison e em pedras medievais, Mary Markus.
"Enquanto estava a examinar um conjunto de cerca de 50 pedras escavadas e encontradas há muito, mas nunca classificadas, encontrei um fragmento com claras marcações radiais, fazendo-me lembrar os relógios de horas canónicas que já tinha encontrado nas igrejas do Gloucestershire", recorda Morrison. "Num local diferente deparei com uma outra pedra e fiquei perfeitamente maravilhado ao descobrir que ela se encaixava perfeitamente na primeira. Melhor ainda, ela ainda conservava o espigão enferrujado em ferro, o gnómon que primitivamente projectava a sombra no quadrante".
Trata-se, segundo a BBC, de um relógio de sol, com o quadrante marcando as chamadas horas canónicas, instrumento crucial no dia-a-dia da comunidade, que por ele se regia para regular horas e tipos de orações, tarefas profanas, etc.
Os arqueólogos a trabalharem na ilha de Inchcolm encontraram os restos desse relógio de sol que, acreditam, estaria originalmente colocado numa parede.
Até agora, algum mistério rodeava o método usado para medir o tempo pela ordem fundada em 1243 baseada na Regra e forma de vida determinadas por Santo Agostinho às comunidades que fundou durante a sua vida.
Embora muito disseminados em Inglaterra, os relógios de sol são relativamente escassos na Escócia, garante a British Sundial Society
Os historiadores acreditam que os monges agostinhos viveram de acordo com uma rotina estricta, tornando essencial a todos os membros da comunidade fazer a coisa certa no tempo certo. O quadrante agora achado em Inchcolm, que está partido em dois, foi descoberto pelos especialistas em História da Escócia, Hugh Morrison e em pedras medievais, Mary Markus.
"Enquanto estava a examinar um conjunto de cerca de 50 pedras escavadas e encontradas há muito, mas nunca classificadas, encontrei um fragmento com claras marcações radiais, fazendo-me lembrar os relógios de horas canónicas que já tinha encontrado nas igrejas do Gloucestershire", recorda Morrison. "Num local diferente deparei com uma outra pedra e fiquei perfeitamente maravilhado ao descobrir que ela se encaixava perfeitamente na primeira. Melhor ainda, ela ainda conservava o espigão enferrujado em ferro, o gnómon que primitivamente projectava a sombra no quadrante".
A imagem fornecida pela BBC deve estar invertida, já que as marcações deste relógio de horas canónicas devem estar na parte de baixo, e não em cima.
Morrison tem esperança de conseguir determinar o local original onde o relógio estava, no lado sul da abadia. "O tempo medieval era muito diferente do actual, tão dependente da precisão na medição de horas, minutos e segundos para se apanhar o combóio, ir para o trabalho ou ver os programas de televisão", faz notar Morrison. "As mudanças de estações do ano e as condições climáticas faziam com que os relógios de sol com horas canónicas não pudessem ser sempre usados, mas quando o sol brilhava eles providenciavam um meio relativamente seguro de coordenação das actividades de uma comunidade".
Nas 24 horas do dia civil, são geralmente sete as Horas Canónicas: Matinas - 00h00, Laudes - 03h00, Primas - 06h00, Terça - 09h00, Sexta - 12h00, Nona - 15h00, Vésperas - 18h00 e Completas - 21h00.
Um relógio de sol de Horas Canónicas marcava, claro, apenas das Primas às Vésperas. Quando não havia sol, ou de noite, havia outros meios de calcular o tempo que marcava o ritmo de orações, o deitar, o levantar, o comer, etc.: através de velas marcadas, que iam ardendo; através de monges que ficavam sem dormir, recitando sempre à mesma velocidade o Terço ou qualquer outra oração; através de nocturlábios, instrumentos que conseguiam medir o tempo através do movimento das estrelas.
Os leigos mais ricos tinham, para seu uso pessoal, os chamados Livros de Horas, autênticos guias não apenas para a vida espiritual, mas também para o quotidiano mais singelo: havia hora fasta ou nefasta para cortar o cabelo ou para viajar, para começar a semear ou a ceifar. E, claro, era por ali que se sabiam os tabus alimentares, quando começavam e acabavam.
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ResponderEliminarExcelente peça (a publicada e a arqueológica).
Li com imenso agrado. Parabéns!
Cumps,
José António Baptista
Espaço e Memória
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ResponderEliminarCaros,
Como perceberam achei esta peça deveras interessante pelo que tomei a liberdade de a 'colar' no blog Espaço e Memória, citando a fonte, é claro.
Obrigado,
José António Baptista
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