sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Breves relojoeiras - AP com nova manufactura, Rolex recompra, Bucherer muda de CEO


É em tempos de crise que se vê a diferença : os investimentos audaciosos, respeitando o meio-ambiente, são raros em tempos normais, sendo por isso excepcionais nestas alturas. Mas a Audemars Piguet prossegue na senda da independência, baseada em situação financeira sólida. Acaba de inaugurar uma nova fábrica.

Foi em Junho de 2007 que Madame Jasmine Audemars, Presidente do Conselho de Administração da Audemars Piguet e Georges-Henri Meylan, então Director-geral da empresa, colocaram a primeira pedra da nova manufactura, em Forges, Le Brassus, o berço desta companhia independente e ainda nas mãos dos familiares dos fundadores.

Esta ceriónia marcava o início dos trabalhos da nova unidade de produção, concebida segundo os critérios do novo critério ambiental suíço MINERGIE-ECO®, posto pela primeira vez em prática na concepção de um edifício industrial.

A nova manufactura de Forges responde às exigências MINERGIE-ECO®, que se traduzem pelo conforto dos utilizadores e na economia de energia, no seio de uma construção sã e ecológica. Materiais recicláveis ou de fraco impacto para o ambiente foram utilizados : fibrocimento para as fachadas, alumínio especial para as janelas, revestimento do chão sem solventes tóxicos, soalhos em madeira cumprindo as normas FSC, pinturas a água, etc.
Uma central de aquecimento a lenha, neutra quanto à emissão de CO2, foi construída a alguns metros do edifício para permitir a climatização da fábrica e, no futuro, de mais uma centena de edifícios da localidade.

Enquanto isso, marcas tão prestigiadas como a Rolex, procuram que o desespero dos retalhistas não lhes estrague o nome e o estatuto. Já aqui referimos o tema. Pois a imprensa suíça vem confirmando que a mais conhecida marca de relógios de luxo do mundo, que é pertença da Fundação Hans Wildorf, decidiu recolher dos pontos de venda helvéticos os seus modelos « encalhados » há longos meses nas montras. O objectivo é não depreciar uma mercadoria que já assistiu a muitas crises na história, conseguindo sobreviver a elas cada vez com mais força.

A guerra de preços entre retalhistas desesperados é quadro geral na generalidade dos mercados, e a Suíça não é excepção. A Rolex não quer ver os seus relógios vendidos em saldo e, por isso, tem procurado recomprar os excedentes, para que os preços se mantenham. Segundo uma fonte citada esta semana pela imprensa económica de Genebra, cerca de 30 por cento dos Rolex verdadeiros vendidos no Japão seriam colocados no mercado negro, a preços muito reduzidos, afectando assim a imagem da marca.

Além de estar a recolher relógios, a Rolex também terá diminuído a colocação de mercadoria no retalho, aguardando melhores tempos.

Em entrevista concedida esta semana, Stéphane Garelli, professor no Instituto de Gestão e Desenvolvimento, de Genebra, defeniu a situação : a crise financeira provocou tudo mas terá já acabado, a crise económica que se seguiu parece estar no fim, mas a crise social vai continuar a sentir-se no próximo ano. Só quando a retoma económica for forte e sustentada começará a diminuição do desemprego e o aumento do consumo privado, disse ele ao Le Matin.

Entretanto, soube-se que a Bucherer - a principal cadeia de retalho relojoeiro e joalheiro na Suíça, com ramificações na Alemanha - acaba de nomear Guido Zumbühl para o cargo de CEO. Antigo Director Financeiro da empresa, sucede a partir de 1 de Setembro a Adelbert Bütler, que se reforma após 15 anos à frente de uma empresa familiar, fundada em 1888, com 1200 colaboradores e que, há alguns anos alargou o seu âmbito, do retalho para a manufactura relojoeira, com a marca Carl F. Bucherer.

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