Até à época capitalista, o tempo foi sempre local. Não existia, com efeito, a medida do tempo único para os territórios extensos e menos ainda para os Estados e regiões mais vastas. O particularismo da vida social aparecia também nos sistemas de cálculo de tempo. […] a medida mecânica de determinação do tempo torna possível a sua unificação e os governos, tomando o controlo do tempo, impuseram, como única exacta, a sua própria hora a todos os súbditos. O tempo local separava, enquanto que o tempo do Estado, depois o dos fusos horários, se tornou um meio de união, de reforço dos laços. É assim que nasce uma temporalidade única.
Aaron J. Gourevitch, Les catégories de la culture médiévale
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