quarta-feira, 29 de julho de 2009

Germano Silva - um relojoeiro açoriano em San Jose, Califórnia

A primeira vez que falámos (por e-mail) com Germano Silva, foi há quase uma década, quando investigávamos para História do Tempo em Portugal - Elementos para uma História do Tempo, da Relojoaria e das Mentalidades em Portugal (Diamantouro, 2003).

O seu nome tínha-nos sido indicado pelo Comandante Estácio dos Reis, que "en passant" tinha ouvido uma breve informação sobre ele na RTP Internacional. Uma busca na Internet e lá conseguimos chegar à fala com este emigrante português há muito radicado nos Estados Unidos, mais propriamente em San Jose, Califórnia.

Germano Silva tem figurado, desde a História do Tempo em Portugal, nos livros e outras publicações que temos editado, com o destaque que merece o seu trabalho. E contactamos regularmente com ele, agora não apena por e-mail, mas também por carta e por telefone, partilhando pelo seu entusiasmo na concepção e criação de belas Máquinas do Tempo.

Germano Silva é um relojoeiro autodidacta, que aprendeu a arte da relojoaria com um tio, João Inácio Brasil. Dedica-se há décadas à construção de peças únicas, monumentais.

Nascido em 1936 na Vila do Topo, S. Jorge, Açores, trabalha em relojoaria e joalharia na sua oficina em San Jose. Com o tio, construiu e instalou relógios de torre, nomeadamente no México.

Mas a paixão de Germano Silva é a construção de relógios complicados. Um deles tem 270 quilos, 2,6 metros de altura, 135 rodas dentadas, quatro faces, tem calendário completo e quatro mostradores. Levou 8 anos a fazer. Um outro, mais pequeno, mas do mesmo género, acaba de ser montado.
Pormenor do primeiro relógio monumental criado de raiz por Germano Silva.
O relojoeiro açoriano junto do segundo relógio monumental, aquando das festas do 10 de Junho em San Jose.

O trabalho de Germano Silva já despertou o interesse da estação de televisão norte-americana NBC, que fez com ele uma reportagem:
http://www.vimeo.com/3218318
e o Professor José Hermano Saraiva também se lhe referiu há pouco tempo, no programa que mantém na RTP2:
http://www.youtube.com/watch?v=x9PGAnoFQCY&feature=player_embedded
Para saber mais, além da História do Tempo, pode consultar-se Relógios e Relojoeiros - Quem É Quem no Tempo em Portugal (Âncora, 2006).
Germano Silva não vendeu ainda nenhuma das suas peças monumentais, apesar de interesse manifestado por coleccionadores. "Apego-me aos relógios, não consigo desfazer-me deles", diz.

3 comentários:

  1. Numa visita breve à California, tive a grande honra de conhecer o Amigo Germano que me recebeu em sua casa e de ver de perto (fotogrando) as suas peças; Ali estavam peças tecnicas aliadas à estetetica e beleza.
    Uma visita inesquecível!...
    Um abraço
    Jesus Fernandes

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  2. Caro Amigo Germano

    Estamos em Vila F. do Campo a passar a Quadra Natalícia com a família e o Vítor, pesquisando, encontrou o seu "blog". Ficámos radiantes com o que vimos e regozijamo-nos muito! Parabéns! Reiteramos votos de Boas Festas e Próspero Ano Novo para toda a Família.

    Um efusivo abraço do velho amigo Teófilo A. Matos e Família

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  3. Estive em San José no Verão de 2008 e um dos momentos que mais gostei para além de visitar familiares, foi ter o prazer de ter estado em cas do Sr. Germano Silva, com a sua familia e junto às peças de arte que tem na sua sala, para além de ter passeado com ele. Sempre que vejo dar o valor merecido ao Sr. Germano Silva, enche-me o coração de satisfação.
    Parabens Sr. Germano
    Morre o homem, fica a fama e o Sr. ficará para sempre na História e para além dos seus trabalhos, sempre alguém saberá que é um conterraneo da VILA DO TOPO, São Jorge, Açores.
    Um abraço para si, esposa e restante familia, com votos de muita saúde.
    José Goulart

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