Trumpalhada…
A guerra das tarifas desencadeada pela administração Trump
provocou uma natural reação nas importações de relógios suíços por parte dos
Estados Unidos.
Em Abril, Washington impôs uma tarifa de 10 por cento sobre
os relógios suíços, podendo as taxas subirem até aos 31 por cento, se não for
conseguido um acordo comercial nos três meses seguintes.
Temendo o que aí vem, marcas com boutiques suas ou a rede de
retalho multimarca reforçaram os stocks, fazendo com que as exportações
relojoeiras helvéticas tivessem tido, no comparado com mês homólogo de 2024, um
aumento de 18,2 por cento em valor em Abril, puxado pelo aumento de 149,2 por
cento só daquele mercado.
No acumulado, a Suíça aumentou em 4 por cento o valor de
relógios exportados nos primeiros quatro meses do ano. Sem os Estados Unidos, o
resultado seria mesmo negativo em Abril - menos 6,4 por cento, penalizado pela
continuada retração na China e Hong Kong. E, excluindo o efeito excecional de
exportação para os Estados Unidos, o número de relógios saídos da Suíça quebrou
5,7 por cento.
Portugal, 28º mercado de destino em Abril, com mais 44,1 por
cento comparado com mesmo mês de 2024, está em 27º lugar no acumulado,
registando aumento de 20,8 por cento.
Também aqui o aumento poderá estar relacionado com a ameaça de tarifas proibitivas para entrar no mercado norte-americano. Países vizinhos, como o México, ou cidades europeias com turismo elevado vindo do outro lado do Atlântico – casos de Londres, Paris, Madrid ou mesmo Lisboa – começam a sentir o aumento da procura em bens de luxo, nomeadamente relógios, e reforçam os seus stocks. Nesta “trumpalhada” caótica desferida pelo Presidente dos Estados Unidos contra o resto do mundo, há prejudicados, mas também beneficiados. Como em tudo na vida.


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