As edições mensais estão disponíveis aqui ou aqui. Siga-o no Instagram, aqui. Ou no Facebook, aqui
sábado, 12 de abril de 2025
Meditações - larks are plowmen’s clocks
Love's Labours Lost
sexta-feira, 11 de abril de 2025
quinta-feira, 10 de abril de 2025
Relojoeiro construtor Aurélio Romero, Lisboa, 1913
Notícia do jornal O Paiz, Rio de Janeiro, de Janeiro de 1913, citando o Diário de Notícias, de Lisboa. (Contribuição de Carlos Torres) Sobre Aurélio Romero, ver ainda aqui
Meditações - formas de contar o tempo
André Tecedeiro, no livro “A axila de Egon Schiele”. (Editora Macondo; 1.ª edição [2021]). Visto aqui
quarta-feira, 9 de abril de 2025
Meditações - O cronómetro e o canhão
Brief reflection on accuracy
Fish
always accurately
know where to move and when,
and likewise
birds have an
accurate built-in time sense
and orientation.
Humanity, however,
lacking such instincts
resorts to scientific
research. Its
nature is illustrated by the following
occurrence.
A certain soldier
had to fire a
cannon at six o’clock sharp every evening.
Being a soldier he
did so. When his accuracy was
investigated he
explained:
I go by
the absolutely
accurate chronometer in the window
of the clockmaker
down in the city. Every day at seventeen
forty-five I set
my watch by it and
climb the hill
where my cannon stands ready.
At seventeen
fifty-nine precisely I step up to the cannon
and at eighteen
hours sharp I fire.
And it was clear
that this method
of firing was absolutely accurate.
All that was left
was to check that chronometer. So
the clockmaker
down in the city was questioned about
his instrument’s
accuracy.
Oh, said the clockmaker,
this is one of the
most accurate instruments ever. Just imagine,
for many years now
a cannon has been fired at six o’clock sharp.
And every day I
look at this chronometer
and always it
shows exactly six.
Chronometers tick and cannon boom.
Miroslav Holub, “Brief reflection on accuracy” from Poems Before & After
terça-feira, 8 de abril de 2025
Relógios & Canetas online Abril - Os 350 anos do espiral de Huygens em exposição no Museu Internacional de Relojoaria de La Chaux-de-Fonds
[...] As primeiras informações chegadas a Portugal sobre os relógios
de Huygens
O gosto da corte dos Bragança por relógios de uso pessoal
era grande. D. Francisco de Melo e Torres, conde da Ponte e marquês de Sande
(1610-1667), no decorrer da sua longa carreira diplomática enquanto embaixador
de Portugal em Inglaterra, recebeu da nobreza portuguesa encomendas várias,
nomeadamente de relógios. Diz-nos Theresa M. Schedel de Castello Branco: “Além
das compras que fazia para si, não faltava ocupação ao Embaixador com as
encomendas que choviam de Lisboa. A Condessa de Cantanhede entregara-lhe à
partida uma lista inesgotável, e constantemente se lembrava de novo objectos,
coisas que muitas vezes não se encontravam em Inglaterra. ‘Brincos de alambre’
tinham que vir da Alemanha, ‘fitas de palmo e meio de largo’ é coisa que ‘não
se acha em toda a Inglaterra’, só mandando fazer um tear especial, relógios de
bracelete ‘não é cousa que aqui vi a nenhuma Senhora, mas escrevo a França e
logo virão’. Também relógios de esmalte, que a mesma pretendia, só em França se
fabricavam, e os outros que pusera no rol eram ‘tão tamaninos’ que não havia
dinheiro que os pagasse […] A encomenda mais usual tanto de homens como de
senhoras era de relógios, ou de prata, ou de oiro, e guarnecidos a diamantes,
estes últimos, já se vê, para a Condessa de Cantanhede. Os relógios de ouro
lisos eram os mais usados, escrevia Melo ao Bispo de Targa. Havia-os
trabalhados, mas estes só se faziam de encomenda e eram caros, desde 100 mil
réis. O Bispo pediu um dos mais baratos e Melo enviou-lhe um ‘com mostrador de
ouro com caixa, e cadeia do mesmo, tudo obra lisa’ que custou 40 mil e
seiscentos réis; para o Conde de Miranda foi um com caixa e cadeia de prata,
que custou 28 mil e seiscentos réis”. [22]
Em fontes portuguesas, será a primeira vez que são referidos
relógios de pulso. Por um lado, a técnica relojoeira tinha permitido a
miniaturização dos calibres. Por outro, o relógio de pulso foi, de início,
objecto exclusivamente feminino, quando a moda fez subir as mangas e o pulso
apareceu como espaço a preencher por este tipo de relógio-jóia. Só a partir da
Primeira Guerra Mundial, e por motivos militares (consulta mais prática da
hora, em detrimento do modelo de bolso) o relógio de pulso vai lentamente conquistando
o público masculino.
Na troca de correspondência entre o marquês de Sande e D.
Fernando Teles de Faro, então embaixador de Portugal nos Países Baixos, Theresa
M. Schedel de Castello Branco refere: “Curiosa neste contexto é a menção de um
dos novos relógios de pêndulo inventados em 1657 por Christian Huighens. D.
Fernando Teles de Faro comprara um desses relógios quando chegou a Haia. Melo,
que ainda não ouvira falar neles, pedia pormenores. Respondia-lhe D. Fernando:
‘é uma invenção nova, que achou um moço, que aqui há, de boa qualidade, que
chamam Mr. De Zulicomen’. Distinguia-se pelo facto de ‘em lugar de volante ter
um perpendículo, e faz o movimento das horas, que é só o que mostra. A fábrica
é muito pouca e com facilidade se poderá consertar em toda a parte quando
quebra, porém, é tão justo que passam dois meses sem que seja necessário
adiantá-lo ou atrazá-lo. Mas é necessário que esteja sempre a perpendículo. O
que eu tenho é de mola, dá horas, e mostra os minutos, custou-me II livras
esterlinas, vai 40 horas. Outros há que mostram também os segundos, e sendo de
pesos vão oito dias’” [23] Trata-se também da primeira alusão em fonte
portuguesa ao relógio de pêndulo.
O relógio de Teles de Faro era de mesa, tinha de estar
sempre na vertical e era de corda, com autonomia para 40 horas. Ele fala ainda
da aplicação do pêndulo a relógios cuja força motriz era a gravidade, e que
tinham autonomia para oito dias. Apenas com o uso do pêndulo, e com os
respectivos ganhos em isocronismo, se torna possível em relojoaria mostrar os
segundos.
[22] CASTELO BRANCO, Theresa Schedel, A Vida do Marquês de
Sande, 1972, p. 257.
[23] ibidem, pp. 257-258. Christian Huighens ou Huygens
nascera em Zuylichem, o que explica o nome de “Zulicomen” dado por D. Fernando
Teles de Faro.
Extrato de Correia de Oliveira, Fernando, Introdução do
Relógios Mecânico em Portugal, Tese de Mestrado, Faculdade de Ciências,
Universidade de Lisboa, 2022, aqui.
A referência feita na carta de D. Fernando Teles de Faro é omissa quanto ao espiral, apenas referindo a novidade do pêndulo. Mas o diplomata não deixará de ter sido um dos primeiros clientes do cientista holandês. Seria, obviamente, interessante, saber o paradeiro deste relógio.
Meditações - ainda ontem...
Hier encore, j'avais vingt ans
Je
caressais le temps, et jouais de la vie
Comme on
joue de l'amour, et je vivais la nuit
Sans
compter sur mes jours, qui fuyaient dans le temps
J'ai fait
tant de projets, qui sont restés en l'air
J'ai fondé
tant d'espoirs, qui se sont envolés
Que je
reste perdu, ne sachant où aller
Les yeux
cherchant le ciel, mais le cœur mis en terre
Hier
encore, j'avais vingt ans
Je
gaspillais le temps, en croyant l'arrêter
Et pour le
retenir, même le devancer
Je n'ai
fait que courir, et me suis essoufflé
Ignorant le
passé, conjuguant au futur
Je
précédais de moi toute conversation
Et donnais
mon avis, que je voulais le bon
Pour critiquer le monde, avec désinvolture
Hier encore, j'avais vingt ans
Mais j'ai
perdu mon temps à faire des folies
Qui ne me
laissent au fond rien de vraiment précis
Que
quelques rides au front, et la peur de l'ennui
Car mes
amours sont mortes, avant que d'exister
Mes amis
sont partis, et ne reviendront pas
Par ma
faute j'ai fait le vide autour de moi
Et j'ai
gâché ma vie, et mes jeunes années
Du meilleur et du pire, en jetant le meilleur
J'ai figé
mes sourires, et j'ai glacé mes pleurs
Où sont-ils
à présent...
À présent
mes vingt ans ?
Charles Aznavour
segunda-feira, 7 de abril de 2025
Salão Watches and Wonders Geneva 2025 com recorde de marcas e visitantes
O salão Watches and Wonders Geneva 2025 teve uma assistência recorde - mais de 55 mil visitantes ao longo de uma semana (+12% do que em 2024), 6,000 representantes do retalho (+5%), 1,600 jornalistas (+7%), e 23,000 bilhetes vendidos nos dias abertos ao público (+21%). Registaram-se 43,000 dormidas em hotel (+17%) e 12,000 reuniões das 60 marcas presentes com o retalho (+21%).
Do comunicado do salão:
Cyrille Vigneron, President of the Watches and Wonders Geneva Foundation, commented: “Watches and Wonders has established itself not only as a must-attend inter-professional event, but also as a platform for expression for the watchmaking Maisons. The event gives each of them the opportunity to visually express their own universe, to see and wear beautiful creations, and to share a common passion. Media, medium and mediator”.
This creative momentum is reflected in the number of launches and the diversity of the new releases. Some watch brands celebrated their heritage, while others highlighted their iconic collections. Women were in the spotlight, particularly in the jewelry watch segment. The reduction in sizes offers new opportunities for differentiation, through dial textures and colors. The proliferation of skeleton watches also reflects the irresistible appeal of precision engineering. This technical achievement is illustrated by several new world records and premieres.
Many celebrities attended, amongst them Simone Ashley, Usain Bolt, Roger Federer, Carl Lewis and Hans Zimmer. Exhibiting brands, journalists, influencers and YouTubers created added engagement on social networks with the hashtag #watchesandwonders2025 reaching an estimated reach of more than 700 million people prior to the conclusion (+17%).
As this year's guest of honor, younger generations proved receptive. Nearly 10,000 young people were able to discover watchmaking expertise by attending the Salon or though school visits, vocational education presentations and qualifications for the SwissSkills 2025.
The much anticipated In The City program, was also a resounding success. Workshops and guided tours were sold out rapidly. The Watchmaking Village welcomed many students and schools from around Geneva. Thursday evening, the boutique animations kept the magic going running up to the first beats of the Bon Entendeur concert. Crowds of all ages gathered to celebrate this springtime of watchmaking.
EXHIBITING
BRANDS
A. LANGE & SÖHNE | ALPINA | ANGELUS | ARMIN STROM | ARNOLD & SON | ARTYA GENEVE | BAUME & MERCIER | BELL & ROSS | BREMONT | BVLGARI | CARTIER | CHANEL | CHARRIOL | CHOPARD | CHRISTIAAN VAN DER KLAAUW | CHRONOSWISS | CYRUS GENÈVE | CZAPEK & CIE | EBERHARD & CO. | FERDINAND BERTHOUD | FREDERIQUE CONSTANT | GENUS | GERALD CHARLES | GRAND SEIKO | GRÖNEFELD | H. MOSER & CIE. | HAUTLENCE | HERMÈS | HUBLOT | HYSEK | HYT | IWC SCHAFFHAUSEN | JAEGER‑LECOULTRE | KROSS STUDIO | LAURENT FERRIER | LOUIS MOINET | MEISTERSINGER | MONTBLANC | NOMOS GLASHÜTTE | NORQAIN | ORIS | PANERAI | PARMIGIANI FLEURIER | PATEK PHILIPPE | PEQUIGNET | PIAGET | RAYMOND WEIL | RESSENCE | ROGER DUBUIS | ROLEX | RUDIS SYLVA | SPEAKE MARIN | TAG HEUER | TRILOBE | TUDOR | U‐BOAT | ULYSSE NARDIN | VACHERON CONSTANTIN | VAN CLEEF & ARPELS | ZENITH
ABOUT
WATCHES AND WONDERS GENEVA FOUNDATION
Created in
September 2022 on the initiative of Rolex, Richemont and Patek Philippe,
Watches and Wonders Geneva Foundation (WWGF) is a non-profit foundation based
in Geneva. In 2024, three new key members, Chanel, Hermès and LVMH joined the
founding members on the WWGF Board. The organization’s mission is to promote
watchmaking throughout the world by organizing watchmaking events, with Geneva
as flagship event. Today, Watches and Wonders Geneva brings together the
world's leading watchmakers, with 60 brands exhibiting and more than 55,000
visitors in 2025.