J'aime les hommes qui ont un avenir et les femmes qui ont un passé.
Oscar Wilde
J'aime les hommes qui ont un avenir et les femmes qui ont un passé.
Oscar Wilde
Qui ne se préoccupe pas de l'avenir lointain, se condamne aux soucis immédiats.”
Confucius / Entretiens
Le souvenir de la honte passée préserve l'honneur de l'avenir.
Thérèse Amiel
Ilustração no Almanaque Palhares para 1916. O ataque e afundamento do Lusitânia, a 7 de Maio de 1915, há precisamente 108 anos,
Vida Practica - Livro de muitas informações uteis ao homem
nos seus diversos misteres e todos os conhecimentos indispensáveis à boa Dona
de Casa, Lisboa, Livraria Ferreira, 1882 é uma amálgama de matérias, entre a
saúde e a contabilidade, passando pelo tricot ou pela etiqueta de bem receber.
Sem esquecer as limitações de recrutamento nas Forças Armadas, como aprender a nadar, ou a forma de
manter regulados os relógios da casa.
Poderia ficar no Núcleo do Tempo do maior arquivo privado do
país, dada a abordagem a essa temática. Mas vai antes para o Núcleo deGastronomia, até porque têm um capítulo com receitas e outro dedicado à
economia doméstica.
Algumas páginas deste curioso vade mecum de autoria
desconhecida.
L'avenir appartient à l'Eglise qui aura les portes les plus larges.
Alphonse Karr
Je suis trop égoïste pour ne pas m’intéresser aux autres car ils sont mon avenir.
Gustave Parking
Sente que o tempo está a passar depressa demais? Estudo dá uma explicação e revela a (possível) solução
Num mundo cada vez mais competitivo, o tempo é essencial. As
noções de produtividade e oportunidade aceleraram os estilos de vida
contemporâneos a um ritmo vertiginoso, por vezes avassalador, e a nossa
dependência da tecnologia pouco ajuda .
À medida que o relógio passa a dominar o ritmo da vida, o próprio tempo parece cada vez mais fugaz. Isto é particularmente verdade nas grandes cidades, onde horas, dias e até semanas podem, por vezes, parecer voar num instante.
Um número crescente de pessoas relata sentir constantemente falta de tempo . Tais sentimentos de “escassez de tempo” emergem da forma como o tempo é usado e percebido pelas pessoas. Longas horas de trabalho limitam inevitavelmente o tempo que as pessoas têm disponíveis para outras atividades, mas levar estilos de vida acelerados enquanto estão inseridas em ambientes urbanos barulhentos, dinâmicos e lotados é mentalmente exaustivo, e isto também pode influenciar a forma como percebemos o tempo.
Uma publicação recente refere que as experiências na natureza oferecem uma solução potencial para os sentimentos cada vez mais difundidos de escassez de tempo causados pelos estilos de vida urbanos contemporâneos. Isto emerge da natureza única da perceção humana do tempo, que é altamente subjetiva e moldada pelas experiências e ambientes em que estamos imersos.
A perceção humana do tempo é composta de três dimensões principais. Uma delas é a sucessão temporal , ou seja, a forma como percebemos a ordem e a sobreposição de diferentes eventos. Outra dimensão é a duração temporal , ou como percebemos e estimamos a duração de um evento. A terceira dimensão é chamada de perspectiva temporal e refere-se à maneira como encaramos o passado, o presente e o futuro. Os humanos têm uma capacidade única de “viajar no tempo” mentalmente e concentrar-se nas representações do passado, presente e futuro.
Juntas, essas dimensões ajudam os humanos a entender o tempo. No entanto, a forma como os percebemos pode ser profundamente influenciada pelas nossas próprias características, pelo que se passa ao nosso redor e pelo que fazemos durante um determinado período de tempo.
Evidências de experiências psicológicas sugerem que há pelo menos duas maneiras pelas quais o ambiente natural pode ter um impacto positivo na perceção humana do tempo.
Uma delas é expandir a nossa perceção da duração temporal . Por exemplo, um estudo relata que quando se pergunta às pessoas há quanto tempo caminham em ambientes naturais ou urbanos, elas tendem a superestimar o tempo gasto passeando na natureza, mas não na cidade. Por outras palavras, o tempo parece mais longo quando estamos imersos em ambientes naturais em comparação com ambientes urbanos.
A outra maneira pela qual as experiências da natureza podem influenciar a nossa perceção do tempo é promovendo uma mudança de perspetiva. Numa experiência , os participantes passaram um curto período de silêncio dentro ou fora de casa, e mais tarde foram questionados sobre como esta experiência influenciou a sua orientação temporal em relação ao passado, presente e futuro. Pessoas que vivenciaram o ambiente natural relataram sentir-se mais focadas no presente e menos no passado.
Watches and Wonders cresce, mas sem Swatch Group
Numa rara entrevista, Jean-Frédéric Dufour, o CEO da Rolex, diz ter falado com o Presidente do Grupo Swatch, Nick Hayek Jr., para que as marcas deste passassem a estar presentes no salão Watches & Wonders, em Genebra. Segundo Dufour, a reacção foi negativa e a justificação o facto de o Swatch Group ser essencialmente industrial, não estando disponível para “perder tempo em salões”.
Até ao início da segunda década do século XXI, Breguet,
Blancpain, Omega, Longines, Tissot e outras marcas do Swatch Group estavam em
Basileia, onde havia uma feira que… fez cem anos e acabou – devido ao abandono
dela por parte, exactamente do Swatch Group.
Nick Hayek Jr. queixou-se dos preços praticados na
Baselworld e deixou aquela que foi, durante décadas, a maior feira do mundo em
termos de relojoaria.
Em Genebra, o salão de alta relojoaria, iniciado em 1991
pelo grupo Vendôme (hoje Richemont, com a Cartier à cabeça), mantinha-se mais
ou menos sólido, apesar do abandono de marcas como a Audemars Piguet, Richard
Mille ou Greubel Forsey, todas estas preferindo relações directas com o cliente
final e fazendo eventos regionais e locais.
Com o fim da Baselworld (ajudado pela situação pandémica
mundial), e a entrada da Rolex, da Patek Philippe e da Chopard no salão
genebrino, que, entretanto, mudou de nome para Watches & Wonders, a balança
inclinou-se definitivamente para este lado, com cada vez mais marcas a aderirem
ao evento (54 este ano, um recorde). Aproveitando os cerca de 1.500 jornalistas
e centenas de retalhistas de todo o mundo que o salão convida por alguns dias
para Genebra, têm-se organizado feiras e eventos paralelos, as suites dos
hotéis estão ocupadas por marcas independentes, que também aí mostram as suas
novidades.
Por outras palavras, Genebra está a transformar-se cada vez
mais numa Baselworld, mas desorganizada e eticamente condenável por parte das
marcas que não investem no Watches & Wonders mas se aproveitam dele.
A estratégia de comunicação do Swatch Group – que chegou a
fazer um salão independente um ano antes do Covid e depois desistiu – é
estranha. Em Portugal, por exemplo, algumas das suas marcas praticamente
desapareceram do ponto de vista de imagem.
Jean-Frédéric Dufour, que falou com Nick Hayek Jr. na sua
qualidade de Presidente da Fundação de Alta Relojoaria, proprietária do Watches
& Wonders, demonstrou uma grande abertura dos organizadores do salão de
Genebra, onde estão também presentes marcas do grupo LVMH, face a alguns dos
seus principais concorrentes – marcas topo de gama do Swatch Group.
A negativa, para já, de Nick Hayek Jr. em se juntar ao
Watches & Wonders adensa o mistério sobre qual a sua estratégia de
comunicação.
As últimas informações, algo contraditórias, dão como certa a presença das marcas Swatch Group Blancpain, Glashütte Original e Breguet na edição deste ano do Geneva Watch Days, que decorre de 29 de Agosto a 3 de Setembro. Trata-se de uma iniciativa descentralizada, que decorre nas boutiques das marcas ou em espaços nos hotéis em redor do lago Geneva.
As edições mensais estão disponíveis aqui ou aqui. Siga-o no Instagram, aqui. Ou no Facebook, aqui
A tarde sem fim
Na estação de helsínquia, onde lenine esperava
o comboio do regresso, dou comigo,
por entre máquinas de jogo e copos de cerveja, a invejar
o bêbedo que abraça a rapariga gorda, de cabelos
longos e saia curta; e riem-se, como se o amor
se servisse naquele bar de consumo rápido, por entre
os comboios que partem e os que chegam. A esta
hora — o meio da tarde do verão finlandês - com o
calor que ainda entra pelas grandes portas
da estação de helsínquia, ouço a voz desse poeta
que sonhou todos os rostos que se perdem e se
encontram em todas as estações do mundo. No seu relógio,
a hora da patagónia confunde-se com a hora de são
petersburgo; a hora solar cai no centro da alma
que anda ao contrário, como o relógio do bairro
judeu de praga; e o poeta puxa as garrafas para
a sua frente, no balcão, para que os gestos bruscos do
bêbedo que se abraça à rapariga gorda não as façam
cair, sujando o lugar em que, no princípio deste
século que vai acabar como começou, lenine esperava
o comboio do regresso. É então que uma procissão de
cantores loucos atravessa o átrio; que as suas vozes
se juntam para invocar a santa joana dos abismos;
que um silêncio nasce, em volta do rapaz estendido
no chão, que agita o corpo nos sobressaltos sonâmbulos
do álcool. Por vezes, lenine sai da sua mesa para
espreitar esse corpo; os viajantes olham-no das janelas,
chamando-o de dentro do seu sono; e as mulheres
choram, lentamente, de trás dos balcões de vidro, como
se sentissem apodrecer as raízes da sua juventude. Talvez
seja por isso que esse poeta partiu; e que neste balcão
onde o bêbedo e a rapariga gorda se abraçavam, todos os
copos estejam vazios, como se o mundo inteiro os tivesse
bebido até ao fundo, na tarde sem fim de helsínquia.
Nuno Júdice , in Teoria Geral do Sentimento, Quetzal