terça-feira, 9 de abril de 2013

Meditações - cinzas do tempo

Cinzas do tempo

Breves os dias passam como folhas
que os ventos outonais fazem voar
ou mais prosaicamente como bolhas
que vêm à tona da água a rebentar.

O tempo tudo leva à sua frente,
coisa nenhuma incólume deixando,
como é sabido, como é voz corrente
e se ouve repetir de quando em quando.

Do passado que fica para trás
restando vão memórias e lembranças
na alma guardadas a fazer de arcaz.

É lá que tenho um lenço que me deste
no próprio dia em que me conheceste
para um anel guardar das tuas tranças!

João de Castro Nunes

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