segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Meditações - A árvore genealógica

Tens as raízes fundas enterradas
no coração do tempo, teu amigo.
E, ao ver-te no vigor dessas braçadas,
ó árvore ancestral, eu te bendigo!

Foram passando as gerações passadas.
Cresceram no louvor do sangue antigo.
Com elas aumentaram-te as ramadas,
- onde estará a que aumentou comigo?!

Onde estará? não queira Deus que seja
a última de quantas, benfazeja,
a graça do Senhor te encheu assim!

Ó árvore ancestral, copada e forte,
não seja a minha vida a tua morte,
- que a tua vida não se acabe em mim!

António Sardinha, in Quando as Nascentes Despertam

1 comentário:

  1. ALTAR DA PÁTRIA

    Quando Sardinha fala, a voz da Raça
    aflora nos seus versos lapidares,
    de um povo a voz tocado pela graça
    de ilustres e famosos avatares.

    Nos seus poemas Portugal inteiro,
    no que tem de melhor e mais sagrado,
    é dos países todos o primeiro
    que no seu peito Deus tem colocado.

    Pôr a Nação nos píncaros da lua,
    ao nível das estrelas, junto ao sol,
    foi sempre dominante ideia sua.

    Contrariamente a Sena e outros que tais,
    a sua Poesia é um crisol
    de sonoras estrofes triunfais!

    JOÃO DE CASTRO NUNES

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