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quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Baselworld 2019 - Hall 2 deixa de existir, feira praticamente reduzida a um só pavilhão


O segundo mais importante pavilhão da Baselworld, o Hall 2, também desaparecerá na edição de 2019, soube Estação Cronográfica junto de marcas relojoeiras que ali tinham tradicionalmente o seu espaço e que estão a ser contactadas no sentido de negociar uma mudança.

Mais um sintoma da profunda crise que se abateu sobre aquela que até hoje, e depois de 101 edições, era considerada como a maior feira de Relojoaria do mundo.

Como temos dito aqui e aqui, o Swatch Group, o maior do mundo na indústria relojoeira (em termos de valor) decidiu abandonar a feira.


No Editorial de Desembro de 2017 do Relógios & Canetas online tratámos do tema das feiras e a realidade parece confirmar o que desde há muito dizemos - este tipo de eventos faz cada vez menos sentido.

Recordemos:

Feiras, salões e outras questões

Fernando Correia de Oliveira

Após passar em 2017 o Rubicão do centenário, a maior feira do mundo do sector da Relojoaria enfrenta a maior crise da sua história. Depois de nos últimos anos ter visto o número de expositores diminuírem às dezenas, a edição de 2018 anuncia-se com a debandada de muitas marcas de luxo e com a redução do espaço para menos de metade – Baselworld passará dos mais de 2 mil expositores para entre 600 e 700.

É que, para além das marcas de relojoaria e joalharia que abandonam o certame, há agora a informação de que os fornecedores de peças e de máquinas-ferramentas, que ocupavam um segmento importante da feira, também a abandonam, criando o seu próprio salão em La Chaux-de-Fonds. Preços demasiado elevados, baixa da qualidade dos expositores e perda de qualidade ao nível da frequência da feira (que começa atrair o sector da electrónica de consumo, com os seus smart watches) são as razões apontadas pelos que abandonam Baselworld.

Além de reduzir em dois dias o tempo de feira, Baselworld fechará em 2018 o hall 1.2, hall 4, hall 5 e metade do hall 2.

Desde 1991, num movimento liderado pela Cartier (Grupo Richemont), existe em Genebra o Salão Internacional de Alta Relojoaria. Além das marcas desse grupo, sempre estiveram presentes independentes como Audemars Piguet ou Parmigiani Fleurier. Recentemente, juntaram-se no salão, vindos de Basileia, as marcas do Grupo Kering (Girard-Perregaux e Ulysse Nardin). A Hermès, que também abandonou a Baselworld este ano, estará pela primeira vez presente, em Janeiro, no salão de Genebra. Um espaço dedicado aos independentes, o Carré des Horlogers, congrega na edição de 2018 um recorde de 16 marcas.

Genebra pode aumentar a sua importância, mas enquanto Basileia tiver do seu lado os independentes Rolex, Patek Philippe, Chopard ou o Swatch Group (o maior do mundo, com mais de uma dezena de marcas), manterá a sua importância.

O problema – de Genebra ou Basileia – é que o tempo das feiras e o seu modelo de funcionamento – apresentação das novidades, uma vez por ano, num único sítio, parece esgotado. Num tempo em que tudo se sabe, a todo o momento, em qualquer parte do mundo.


Cartaz da Baselworld de 2013 - um investimento brutal em termos de alargamento dos espaços, que se provou a contra-corrente.

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