segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Meditações - ainda que a noite pese séculos...

Não posso adiar o amor

Não posso adiar o amor para outro século
Não posso
Ainda que o grito sufoque na garganta
Ainda que o ódio estale e crepite e arda
Sob montanhas cinzentas
E montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
Que é uma arma de dois gumes
Amor e ódio

Não posso adiar
Ainda que a noite pese séculos sobre as costas
E a aurora indecisa demore
Não posso adiar para outro século a minha vida
Nem o meu amor
Nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração

António Ramos Rosa

4 comentários:


  1. O poeta tem razão:
    o coração não se adia
    para qualquer outro dia
    ou qualquer outra estação,

    contrariamente ao que deve
    com o ódio acontecer
    e que temos o dever
    de adiar, fazendo greve!

    JCN

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  2. Se alguma vez o amor
    pudesse ser adiado,
    ficaria comprovado
    não ser amor essa dor!

    JCN

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  3. Para o amor afirmar
    não existe hora marcada:
    seja noite ou madrugada,
    é sempre altura de amar!

    JCN

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